Um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) morreu em um confronto nesta segunda-feira (24) no Conjunto de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro, durante uma operação em busca de suspeitos que fizeram um arrastão na Avenida Brasil após o fim de um protesto em Bonsucesso, no Subúrbio da cidade. A informação foi confirmada pela polícia no local.
Os criminosos roubaram pedestres em passarelas e pontos de ônibus. Foram detidos 23 suspeitos, mas apenas três ficaram presos porque, segundo a Polícia Civil, a PM não conseguiu especificar que crime os outros tinham cometido.
O Bope foi atrás dos suspeitos em uma operação na Favela Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré. De acordo com o comandante do 22º BPM (Maré), Rodrigo Sanglard, as informações apontavam que os criminosos que provocaram momentos de pânico e terror na Avenida Brasil são da Nova Holanda, Vila do João e Baixa do Sapateiro. A PM explicou que os assaltantes se aproveitaram da manifestação ocorrida mais cedo, na Praça das Nações, em Bonsucesso, para praticar os delitos nas passarelas e nas calçadas.
Além do sargento morto, um outro policial do 22º BPM teve o maxilar quebrado após ser atingido por uma pedrada no confronto na Avenida Brasil. Dezesseis homens foram detidos, e dois menores apreendidos.
Vias fechadas
Durante o tumulto, os criminosos fecharam por alguns minutos a Avenida Brasil, na altura de Manguinhos. O comandante explicou que o grupo jogou pedras nos carros e montou pequenas barricadas com pilhas de lixo e ateou fogo em caixotes, para tentar impedir o tráfego de veículos.
Traficantes atiraram do alto da Favela Nova Holanda em direção ao carro da PM parado na Avenida Brasil. O trânsito também foi rapidamente fechado na Linha Amarela, na altura da Linha Vermelha, pelo mesmo motivo. Houve tiroteio, mas segundo a PM, não há registro de reclamações de roubos e furtos. Motoristas que estavam no local tentaram retornar pela contramão com medo do confronto.
Além do Bope, a Força Nacional foi acionada para ajudar na dispersão do conflito. PMs da UPP de Manguinhos também ajudaram a conter os atos de vandalismo na Avenida Brasil. Por volta das 22h, a PM e o Bope ainda não tinham informações de prisões ocorridas na operação na Favela Nova Holanda.
Tumulto e detidos
Segundo o comandante Rodrigo Sanglard, os detidos foram abordados na Praça das Nações, quando socavam portas de aço de estabelecimentos comerciais, e na Avenida Brasil, enquanto jogavam pedras em carros. A PM disse que os menores estavam de posse de uma granada de gás lacrimogêneo e de uma garrafa com um líquido, que seria inflamável. O vidro lateral de um ônibus foi quebrado durante o tumulto.
A PM explicou que a manifestação teve início na Praça das Nações, por volta das 17h, após divulgação pelas redes sociais. O movimento, que começou com a concentração de 50 adolescentes, chegou a reunir cerca de 300 pessoas. De acordo com o comandante, o grupo caminhou até a Avenida Brasil, gritando palavras de ordem. A polícia informou que eles também fecharam o trânsito por poucos minutos, mas foram logo contidos pelos agentes.