A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (22), durante discurso no Palácio do Planalto, que quem classifica como "privatização" o leilão do campo de petróleo de Libra, realizado na segunda (21), desconhece os números da operação.
No pronunciamento que fez em rede nacional de rádio e TV, na noite do dia anterior, ela já tinha dito que o leilão do pré-sal é "bem diferente" de privatização. Após o leilão, políticos de oposição, como o senador Aécio Neves, possível candidato a presidente da República, afirmaram que o governo reconheceu a "importância do investimento privado".
"Esse campo [Libra] vai permitir de fato grandes recursos para a saúde e educação. Isso é algo absolutamente significativo para o Brasil. É bom lembrar que, nesse modelo de partilha, União, estados e municípios ficam com 85% das receitas, se considerar também a Petrobras [...] Portanto, aqueles que falam em privatização no mínimo desconhecem essas contas", afirmou a presidente, durante evento no Palácio do Planalto em que sancionou a lei do programa Mais Médicos.
O vencedor do leilão do Campo de Libra foi o consórcio formado pelas empresas Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC. Único a apresentar proposta, o consórcio ofereceu repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo, percentual mínimo fixado pelo governo no edital. Nesse leilão, vencia quem oferecesse ao governo a maior fatia de óleo – o regime se chama partilha porque as empresas repartem a produção com a União.