O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta terça-feira (22) o Banco Central está operando "cada vez menos" no mercado de câmbio após a sinalização do Federal Reserve (BC norte-americano) de que a retirada dos estímulos monetários demorará um pouco mais para se concretizar.
"O mercado já pode operar de forma quase automatica. Isso [postergação da retirada de estímulos por parte do Fed] acalmou o mercado, que pode caminhar para equilíbrios cambiais quase satisfatórios. O BC saberá regular isso. Pode intervir mais, pode intervir menos. Saberá regular isso adequadamente", afirmou Mantega.
Intervenções no câmbio
Após a decisão do Federal Reserve de manter o ritmo do programa de estímulo monetário, ocorrida em meados de setembro, Mantega informou que isso poderia levar o Banco Central brasileiro a diminuir a intensidade da intervenção no mercado de câmbio.
Posteriormente, entretanto, a autoridade monetária informou que o programa de venda de contratos de "swap cambial" e de dólares, com compromisso de recompra, seria mantido. As informações desencontradas geraram oscilações no mercado de dólar.
Ingresso de recursos do campo de Libra
Segundo ele, o ingresso de recursos esperado para o pagamento do bônus de assinatura do Campo de Libra, cujo leilão aconteceu ontem no Rio de Janeiro, "não é tão grande". Acrescentou que a entrada de dólares será feita normalmente via mercado financeiro. A expectativa de ingresso de dólares no país, por conta desta operação, é de US$ 4 bilhões, disse ele.
"A injeção não é tão grande [no país]. São US$ 4 bilhões. No fluxo que temos, não é muito expressivo. Será feito via mercado. Não haverá intereferência do governo. As empresas trarão dinheiro, comprarão reais e farão a transferencia para o governo", declarou o ministro da Fazenda.
