26/06/2013 10h26 - Atualizado em 26/06/2013 11h23

Após Dilma lançar pacto fiscal, Mantega fala em déficit nominal zero

Segundo ministro da Fazenda, isso poderá ser obtido 'nos próximos anos'.
'Não ouvimos mais falar de desemprego', acrescentou Mantega.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Após a presidente Dilma Rousseff lançar um pacto pela responsabilidade fiscal (nas contas públicas, incluindo a programação de gastos) para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta quarta-feira (26) que o chamado "déficit nominal" (receitas menos despesas, incluindo a conta de juros) zero é possível de ser atingido nos "próximos anos".

Segundo ele, o Brasil estava caminhando para este resultado nominal zero, que vem sendo defendido pelo ex-ministro Delfim Neto, mas foi interrompido pela eclosão da crise financeira internacional em setembro de 2008. De acordo com dados do BC, o déficit nominal, que terminou 2008 em 2% do PIB, avançou para 3,2% do PIB em 2009, passando para 2,48% do PIB em 2010, para 2,61% em 2011 e fechou o ano passado em 2,47%. Em doze meses até abril de 2013, porém, avançou para 2,93% do PIB.

"As principais contas do governo estão sob controle. Podemos ver as despesas com o déficit da previdência caindo ao longo do tempo. Despesa com pessoal está estável em torno de 4,2% a 4,3% do PIB e as despesas com juros da dívida vem caindo. As três maiores despesas, de cerca de R$ 740 bilhões por ano, estão sob controle", declarou Mantega durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Críticas e situação das contas em 2013
O ministro da Fazenda, entretanto, tem sido criticado por economistas por realizar um corte menor no orçamento deste ano, em relação a 2011 e 2012, possibilitando um aumento de gastos públicos em um ano marcado pelo crescimento da inflação. A principal crítica é que a chamada "política fiscal expansionista" (aumento de gastos) do governo pode estimular o aumento dos preços - em um momento em que o BC vem subindo os juros básicos justamente para conter as pressões inflacionárias.

Mantega declarou ainda que o governo implementará redução de despesas de custeio neste ano para atingir a meta de superávit primário ajustada (receita menos despesa, sem a inclusão de juros - a chamada economia para pagar juros da dívida pública) de 2,3% do PIB para todo o setor público consolidado - o equivalente a R$ 110,9 bilhões.

"O resultado primário que o governo vem fazendo é muito maior do que a maioria dos países. O Brasil é um dos países que faz um dos maiores primários da maioria do mundo. Nossa média é sempre superior a países da América Latina, da Ásia e dos Estados Unidos. Com exceção de alguns países produtores de petróleo, temos um dos maiores primários do mundo. Com isso, dívida líquida vem caindo ao longo do tempo", afirmou o ministro a parlamantares.

Emprego
O ministro da Fazenda também disse, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o país vive em situação quase de "pleno emprego". "Não ouvimos mais falar de desemprego. O emprego continua crescendo, mesmo que a uma taxa menor. Temos hoje um dos menores níveis de desemprego de toda série histórica", afirmou ele.

Embora os números do IBGE sobre o desemprego ainda mostrem resultados perto da mínima histórica, os resultados da criação de empregos formais, captados pelo Ministério do Trabalho, revelam que a abertura de vagas com carteira assinada teve em maio o pior resultado para o mês nos últimos 21 anos. Na parcial deste ano, até maio, a queda foi de 23,7%.

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