Moradores da cidade de Ilhéus, na região sul da Bahia, fazem uma manifestação na tarde desta quarta-feira (26), pelas ruas do centro. A mobilização ocorre de maneira pacífica e organizada.
A concentração ocorreu às 14h, mas o grupo só iniciou caminhada por volta das 16h. Eles se encontraram na praça Dom Eduardo, em frente ao Teatro Municipal, de onde partitram. Até por volta das 16h50, a manifestação percorria as ruas de Ilhéus. O grupo fechou parte da Avenida Tiradentes e a Praça Cairu.
(Foto: Camila dos Anjos/TV Santa Cruz)
Um dos locais por onde passa a manifestação é o "calçadão", onde se concentra o comércio da cidade. As ruas têm movimento pequeno de pessoas e veículos devido à liberação de muitos trabalhadores por causa da realização do jogo do Brasil contra a seleção do Uruguai, que começou às 16h desta quarta.
Policiais Militares e agentes de trânsito acompanham a caminhada.
Ainda nesta quarta-feira estão previstas manifestações nas cidades de Barreiras, região oeste; além de Vitória da Conquista e Itapetinga, na região sudoeste da Bahia.
Recomendação do MPF
A Secretaria da Segurança pública da Bahia (SSP) informou, em nota, na tarde desta quarta-feira, que a Polícia Militar do Estado não vai deixar de usar armas não-letais (spray de pimenta, balas de borrachas e gás lacrimogêneo) nas manifestações ocorridas em Salvador desde o dia 20 de junho.
Segundo a SSP, "os armamentos não-letais são necessários para coibir atos de violência durante manifestações populares". A Secretaria acrescentou que tais armas são utilizads pela PM com o intuito de "garantir a ordem pública, depois de esgotadas todas as tentativas de negociação, e apenas em situações de extrema necessidade".
Mais cedo, o Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) divulgou que o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Leandro Bastos Nunes recomendou à SSP-BA a suspensão do uso de spray de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha, pela PM durante as manifestações na capital baiana. Os protestos ocorrem em Salvador desde o dia 20 de junho.
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Em entrevista ao G1, o procurador Leandro Bastos explicou a recomendação. "Na verdade, houve uma resolução publicada no dia 18 de junho, pelo Conselho de Direito da Pessoa Humana que indica que as secretarias da Segurança Pública de todos os estados observassem o uso dessas armas e que fosse usado apenas em último caso. Recomendamos que se cumpra essa resolução", disse o procurador.
Através da assessoria, o MPF informou que a recomendação é fruto da investigação feita pelo órgão na atuação da PM durante a manifestação do dia 20. "Em alguns casos, a PM estava atingido pessoas que não estavam transbordando o direito de manifestação. O usos [dessas armas] deve ser feito em último caso. Ouvimos pessoas que participaram das manifestações", afirmou Bastos.
Policiais militares quee atuaram durante os protestos não foram ouvidos pelo MPF.
Manifestações
As manifestações ocorrem em todo o país e começaram com o pedido de redução do valor das passagens e pedido de passe livre no transporte público em São Paulo. Os protestos se espalharam por todo o país e as exigências também aumentaram. Manifestantes protestam por educação de qualidade, transporte, contra a corrupção, dentre outros motivos.