29/06/2013 17h05 - Atualizado em 16/07/2013 11h20

Crise no Hospital Escola motiva novo protesto nas ruas de São Carlos, SP

Sem dinheiro e medicamentos, unidade de saúde corre o risco de fechar.
Atual administração alega falta de repasse de verba da Prefeitura da cidade.

Do G1 São Carlos e Araquara

Manifestantes subiram a Avenida São Carlos durante passeata neste sábado (Foto: Maurício Duch)Manifestantes subiram a Avenida São Carlos durante passeata neste sábado (Foto: Maurício Duch)

Cerca de 100 pessoas, entre estudantes e funcionários do Hospital Escola de São Carlos (SP), realizaram uma passeata pela região central da cidade na tarde deste sábado (29). Os manifestantes pediram atenção especial à unidade de saúde que passa por crise. Sem dinheiro devido à falta de repasse da Prefeitura e com vários problemas de infraestrutura, incluindo a falta de medicamentos, o hospital corre o risco de fechar as portas, segundo adiantou ao G1 o diretor executivo, Sérgio Luiz Brasileiro Lopes, em entrevista exclusiva.

O protesto começou por volta das 13h30 em frente à praça do Mercado Municipal. Após a concentração, o grupo saiu em passeata pela Avenida São Carlos. Com faixas e cartazes, os manifestantes pediram providências urgentes para melhorias no hospital. O grupo, que ocupou as duas faixas da avenida, foi acompanhado pelos agentes de trânsito.
 

Em entrevista na terça-feira (26), o diretor executivo do hospital afirmou que a unidade poderia fechar as portas nesta segunda-feira (1º) devido à falta de medicamentos. “A partir do momento que a substituição não é mais viável ou possível, porque eu não tenho o medicamento para prestar o suporte emergencial, eu sou obrigado a fechar a instituição”, disse Lopes.

O prefeito Paulo Altomani (PSDB) afirmou que liberou recursos nesta sexta-feira (28) para a compra de remédios, o que garantirá os atendimentos no hospital no próximo mês. Altomani determinou ao secretário interino de Saúde, Julio Soldado, a compra do material que for solicitado.

Crise
Sem dinheiro devido à falta de repasse da Prefeitura e com vários problemas de infraestrutura, incluindo a falta de medicamentos, a unidade corre o risco de fechar as portas, disse o diretor executivo. Segundo ele, a dívida do Hospital Escola com fornecedores é de R$ 250 mil. A unidade hospitalar era administrada com uma verba de R$ 1, 15 milhão por mês, mas hoje recebe apenas R$ 750 mil do Ministério da Saúde. O hospital tem um custo fixo de R$ 983 mil por mês.

Altomani afirmou que não tem repassado recursos porque a atual administração do hospital não estaria prestando contas. “No primeiro mês de governo nós repassamos a obrigatoriedade de R$ 1,129 milhão e eu pedi uma prestação de contas detalhada, que não chegou. Como eu administro o dinheiro público e tenho que responder ao Tribunal de Contas, enquanto não vier uma prestação bem feita de onde está sendo aplicado o dinheiro público nós não vamos repassar”, declarou.

O reitor da UFSCAr, Targino de Araújo, afirmou que a universidade está elaborando um manifesto para entregar ao governo federal. Ele pede da federalização da unidade de saúde. “Agente entende que o Hospital Escola e o curso de medicina estão intimamente ligados e que, portanto, não podem ser considerados de forma separada”, declarou durante entrevista coletiva nesta sexta-feira.

Após passeata, manifestantes se reuniram em frente ao Hospital Escola (Foto: Maurício Duch)Após passeata, manifestantes se reuniram em frente ao Hospital Escola (Foto: Maurício Duch)

 

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