25/10/2013 12h30 - Atualizado em 25/10/2013 13h53

'Toda xenofobia é burra', diz Dilma sobre crítica a chineses no pré-sal

Empresas chinesas estão no consórcio vencedor do leilão de Libra.
Presidente havia criticado na quinta suposta xenofobia contra chineses.

Juliana Braga e Roney DomingosDo G1, em São Paulo, e do G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff voltou a defender nesta sexta-feira (25), em São Paulo, o modelo adotado no leilão do Campo de Libra, realizado na segunda (21), o primeiro do pré-sal no regime de partilha. A presidente rebateu críticas sobre a presença de empresas chinesas no consórcio vencedor do leilão e disse que "toda xenofobia [aversão a pessoas ou coisas estrangeiras] "é burra".

Dilma já havia falado, nesta quinta, em "absurda xenofobia" em relação às empresas estrangeiras integrantes do consórcio vencedor, em referência às duas estatais chinesas.

Prefiro a ingenuidade do que a xenofobia. A ingenuidade tem cura. A xenofobia, não."
Presidente Dilma Rousseff

O consórcio vencedor, o único a apresentar proposta, é formado pela brasileira Petrobras, pela anglo-holandesa Shell, pela francesa Total e pelas estatais chinesas CNPC e CNOOC.

Nesta sexta, durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes para anúncio da destinação de recursos para o metrô de São Paulo, a presidente voltou ao tema.

"Toda xenofobia, vocês me desculpem, é burra - não tem xenofobia inteligente. Empresa internacional de petróleo, qualquer uma sabe o que é que significa uma empresa chinesa. Significa o seguinte: são os maiores importadores de petróleo, portanto os maiores controladores do fluxo comercial. É uma extrema tolice considerar  ter prejuízo contra empresa chinesa de petróleo", afirmou a presidente durante discurso em São Paulo, onde anunciou investimentos na área de mobilidade urbana.

"Pensar diferente disso é de uma ingenuidade absurda. Eu prefiro a ingenuidade do que a xenofobia. A ingenuidade tem cura. A xenofobia, não", disse Dilma.

Leilão
Único a apresentar proposta, contrariando previsões do governo, o consórcio ofereceu repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo – percentual mínimo fixado pelo governo no edital.

Nesse leilão, vencia quem oferecesse ao governo a maior fatia de óleo – o regime se chama partilha porque as empresas repartem a produção com a União.

O consórcio vencedor também terá que pagar à União um bônus de assinatura do contrato de concessão no valor de R$ 15 bilhões. Segundo a Agência Nacional do Petróleo(ANP), esse valor deve ser pago de uma vez. O pagamento tem que estar depositado para que o contrato seja assinado – o que a Magda Chambriard, diretora geral da agência, previu que aconteça em cerca de 30 dias. A Petrobras deverá arcar com 40% desse pagamento.

A Petrobras terá a maior participação no consórcio vencedor, de 40%. Isso porque, embora a proposta aponte uma fatia de 10% para a estatal, a empresa tem direito, pelas regras do edital, a outros 30%. A francesa Total e a Shell terão, cada uma, 20%. Já as chinesas CNPC e CNOOC terão 10% cada.

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