Economia Emprego

Seis perguntas e respostas que devem ser evitadas numa entrevista de emprego

Especialistas listam o que não deve ser dito pelos candidatos ao ficar cara a cara com o recrutador

Evite perguntar sobre salários e benefícios logo de cara. Não é de bom tom, dizem os especialistas.
Foto: Divulgação
Evite perguntar sobre salários e benefícios logo de cara. Não é de bom tom, dizem os especialistas. Foto: Divulgação

RIO - Quando o assunto é entrevista de emprego, o velho ditado “pense antes de falar” é mais propício que em qualquer outra ocasião. Um deslize involuntário pode custar o emprego em questão e, por isso, é crucial saber que tipos de perguntas e respostas vai fazer o entrevistador levantar o “cartão vermelho”. Ao mesmo tempo que um gerente de RH tem a responsabilidade de evitar perguntas embaraçosas, há certas coisas que o profissional não deve dizer como candidato. Assim, o site Mashable reuniu cinco especialistas em carreira que elegeram as seis perguntas e respostas que os entrevistados devem evitar a qualquer custo:

Perguntas a serem evitadas:

O que sua companhia faz? — Mesmo que o anúncio de uma vaga não inclua muitas informações sobre a empresa, esta deve ser uma questão a ser evitada. Não ter feito o dever de casa, pesquisando dados sobre a companhia, certamente vai colocar um grande “X” vermelho em seu currículo. Se o profissional foi chamado para uma entrevista de emprego, o recrutador espera que tenha o mínimo de compreensão sobre o que a companhia faz e quem são seus clientes.

“Não faça perguntas que você pode encontrar as respostas on-line”, aconselha Marie Zimenoff, especialista em gestão de carreira e presidente da Strategic Advantage, “As perguntas devem demonstrar que a pessoa se preocupou em pesquisar sobre a empresa e que tenha conhecimento sobre a vaga oferecida”.

Qual será o meu salário, benefícios e horário de trabalho? — Dinheiro é importante, para pagar as contas, cuidar de si próprio e da família. Mas qualquer coach de carreira vai dizer que nunca se deve fazer perguntas a um potencial empregador sobre salário e benefícios.

Os candidatos que fazem isso parecem apenas estar interessados no dinheiro e não na realização do trabalho”, afirma Charlotte Weeks, da Weeks Career Services.

Abby Kohut, da AbsolutelyAbby.com, concorda que falar sobre o dinheiro logo de cara (ou outras questões como o horário de trabalho, políticas de home-office e tempo de férias) fará com que o responsável pela contratação pense que o profissional só se preocupa com o quê a empresa pode fazer por ele, em vez do que ele tem a oferecer a seu potencial empregador. A melhor tática é esperar que o empregador fale primeiro sobre esses temas, para só depois comentar. Marie Zimenoff aconselha que o profissional pesquise qual a faixa salarial da vaga em questão antes da entrevista, e quando o entrevistador começar a falar sobre números, sugira, então, esta faixa de salário.

Qual a cultura da sua empresa? — Embora não seja necessariamente maus modos perguntar sobre a cultura da empresa, o profissional provavelmente não terá uma resposta honesta para essa pergunta.

“Nenhuma empresa vai dizer que a sua cultura é terrível”, diz Kohut.

Como alternativa, a recomendação é perguntar ao seu entrevistador o que ele ou ela mudaria na cultura da empresa caso lhe fosse dada esta oportunidade. Isso fará com que este lhe dê uma perspectiva mais verdadeira, sem forçar a pessoa a generalizar sobre a fato de a empresa ter uma cultura ruim.

Respostas a serem evitadas:

Não diga nada pessoal em resposta à clássica colocação “Fale sobre você”— Quase todo candidato é solicitado pelo entrevistador a falar sobre si mesmo. E quase todos os candidatos compartilham mais do que o necessário ao responder a esta pergunta.

“Não responda com sua história de vida - onde você nasceu, seus hábitos pessoais etc. Dê uma resposta relevante para a empresa e o cargo que você pretende preencher”, aconselha o executivo Steve Provenzano, autor do livro ' Secret Resumes and Cover Letters '.

Sharon Good, da Good Life Coaching, também afirma que os candidatos devem compartilhar pontos fortes e experiências profissionais, em vez de hobbies e interesses pessoais. A única vez que a pessoa deve compartilhar informações pessoais é se tem algum tipo de limitação, como uma deficiência ou responsabilidade externa que irá afetar o seu desempenho nas tarefas diárias.

“'Você não pode querer falar sobre isso na primeira entrevista, mas é importante ser honesto e admitir que há um problema que vai impedi-lo de fazer o trabalho da forma descrita”, diz Sharon.

Minha fraqueza é que sou um workaholic, perfeccionista”— É bastante comum numa entrevista o recrutador perguntar qual a maior fraqueza de um candidato. Uma vez que os entrevistados não querem parecer inadequados para o seu potencial empregador, a maioria responde com uma “fraqueza” que, na verdade, acaba sendo algo benéfico para a empresa, como ser um workaholic ou um perfeccionista.

“O gerente de RH faz esta pergunta para ver se os candidatos admitem que não são perfeitos, e para demonstrar que eles podem ter feedback e medidas para melhorar”, explica Marie Zimenoff.

Esteja preparado para responder a esta pergunta com uma fraqueza real, que pode ser melhorada, como levar as críticas ao extremo ou ficar muito focado em detalhes de um projeto. Você também deve ser capaz de dizer ao entrevistador como você resolveu ou pretende resolver o problema.

“Você já falou tudo” — A maioria dos recrutadores encerram a entrevista perguntando se o candidato tem quaisquer outras perguntas sobre a empresa ou a vaga em questão. Independentemente de ser verdade, dizer ao entrevistador que ele ou ela já abordou tudo e que você não tem mais nada para perguntar, pode ser uma resposta potencialmente ruim.

“Falar isso pode fazer parecer uma falta de interesse. Se você não consegue pensar em nada que não tenha sido abordado, peça maiores explicações sobre algo que já tinha sido falado”, diz Charlotte Weeks.