07/11/2013 19h06 - Atualizado em 07/11/2013 22h09

Publicidade de show do Jota Quest causa polêmica em Porto Alegre

Cartazes com ilustração de mulher foram fixadas em táxis-lotação.
Após vetar peças por suposta apologia ao álcool, EPTC voltou atrás.

Márcio LuizDo G1 RS

Campanha Jota Quest Porto Alegre (Foto: Sinergy/Reprodução)Cartazes de divulgação do show foram fixados em lotações de Porto Alegre  (Foto: Sinergy/Reprodução)

Fixada em táxis-lotação, a publicidade de shows da banda Jota Quest virou motivo de polêmica em Porto Alegre. A peça gráfica chegou a ser vetada na quarta-feira (6) pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) por fazer uma suposta associação entre álcool e direção, mas nesta quinta-feira (7) o órgão de trânsito voltou atrás e decidiu liberar a campanha.

O cartaz divulga as apresentações que o Jota Quest fará no Bar Opinião, na capital gaúcha, nos dias 20 e 21 desse mês. Nele, foi reproduzida a ilustração que estampa a capa do último álbum da banda mineira, de uma mulher nua, no estilo pin-up, sentada dentro de uma taça.

Segundo Rodrigo Machado, sócio-proprietário da Opinião Produtora, responsável pelo show, a campanha começou a circular no vidro traseiro das lotações da cidade na segunda-feira (1º). Na quarta (6), a empresa que detém os espaços publicitários nos veículos recebeu uma notificação da EPTC com o prazo de 48 horas para trocar as peças.

Capa do álbum 'Funky funky boom boom', do Jota Quest (Foto: Divulgação)A capa do álbum 'Funky Funky Boom Boom',
lançado em novembro (Foto: Divulgação)

“Nós fizemos a arte e mandamos para a aprovação do produtor da banda, que achou muito legal. Ontem, a empresa que nós contratamos para fazer isso nos ligou pedindo outra arte, pois a EPTC considerava que a anterior fazia apologia de álcool e direção. O que é ridículo”, reclama Machado.

A Sinergy, empresa responsável pela colocação da campanha nos veículos, informa que 20 cartazes de divulgação no show foram fixados no vidro traseiro dos veículos. O proprietário da empresa, Eduardo Ferreira, diz que a troca das peças começou já na quarta-feira (6).

A EPTC diz que a notificação foi emitida porque os técnicos do órgão responsável por analisar as campanhas publicitárias em ônibus e lotações entenderam que ela estava em desacordo com a legislação, que não permite nenhum tipo de propaganda de bebidas, cigarros, divulgação política ou religiosa nos veículos, entre outras. O órgão, no entanto, voltou atrás nesta quinta (7).

“Em uma pré-avaliação, um dos membros dessa comissão achou que poderia haver alguma apologia ao consumo de álcool e direção. Eu me reuni com a equipe e decidi que não havia nada disso. A campanha foi liberada”, disse diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari.

Segundo a assessoria de imprensa do Jota Quest, a ilustração que estampa a capa do álbum “Funky Funky Boom Boom”, lançado em novembro desse ano, é de autoria do pintor americano Mel Ramos, considerado um dos ícones da pop art. Outros trabalhos dele já foram usados em capas de discos de grupos como Red Hot Chili Peppers e Rage Against the Machine. A banda não vai se manifestar sobre o assunto, diz a assessoria.

Montagem campanha Jota Quest (Foto: Bar Opinião/Reprodução)O cartaz polêmico (acima) e o que foi feito para substituí-lo (Foto: Bar Opinião/Reprodução)