01/07/2013 07h53 - Atualizado em 01/07/2013 13h56

Polícia impede interdição da Cônego com bombas e tiros de borracha

Cerca de 100 manifestantes tentaram interditar a Cônego durante a manhã.
Polícia Rodoviária criou barreira e evitou interdição com bombas.

Antonio MarcosDo G1 Santos

Manifestantes entram em confronto com a Polícia Militar em Cubatão (Foto: Antonio Marcos / G1)Polícia Militar fez barreira para evitar a interdição da Cônego Domênico Rangoni (Foto: Antonio Marcos / G1)

A cidade de Cubatão registra, desde às 5h desta segunda-feira (1º), um intenso confronto entre a Polícia Militar Rodoviária e um grupo de aproximadamente 100 manifestantes que tenta interditar a rodovia Cônego Domênico Rangoni para o tráfego de veículos. A concentração da manifestação começou em frente a Praça da Bíblia, no Centro da Cidade.

O primeiro confronto ocorreu por volta das 8h, quando o grupo tentou ultrapassar uma barreira humana feita pelos policiais. Os soldados conseguiram reagir e evitar, em um primeiro momento, que a rodovia fosse tomada pelos manifestantes. Com a confusão, o grupo acabou se dispersando e cerca de 50 pessoas permaneceram na avenida Nove de Abril, uma das principais da cidade, com faixas e placas com mensagens contra o governo.

O grupo que participa da manifestação reclama da precariedade do Hospital Municipal e também de obras prometidas que nunca foram concretizadas pela Prefeitura da Cidade. Além disso, os manifestantes querem redução de R$ 0,60 na passagem de ônibus, que custa, atualmente, R$ 3,10, passe livre para estudantes e atletas da cidade, integração dos ônibus intermunicipais e passagens de ida e volta para cadastrar desempregados no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT).

Manifestantes entram em confronto com a Polícia Militar em Cubatão (Foto: Antonio Marcos / G1)Bala de borracha e bomba de efeito moral
(Foto: Antonio Marcos / G1)

Por volta das 9h30, o grupo fez uma outra tentativa de interditar a Cônego mas, mais uma vez, a polícia interceptou os manifestantes com tiros de balas de borracha e bombas de efeito moral. Até o momento não há informações sobre manifestantes ou policiais feridos. O grupo continuava concentrado no local por volta das 9h50.

Por volta das 11h, o grupo de manifestantes chegou na Câmara Municipal de Cubatão. Em silêncio, cerca de 50 pessoas colocaram faixas de protesto no local e acompanharam a sessão da manhã desta segunda-feira. A segurança do local resolveu não impedir a entrada do grupo e, por isso, não foram registrados confrontos. O protesto terminou por volta das 12h30.

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Manifestantes entram na Câmara de Cubatão (Foto: Antonio Marcos / G1)Manifestantes entraram na Câmara de Cubatão e acompanharam sessão (Foto: Antonio Marcos / G1)

Protestos na região
Os protestos na Baixada Santista começaram no dia 13 de junho. Em Santos, os manifestantes fecharam as ruas do centro contra o aumento das tarifas de ônibus. Os túneis ficaram fechados para a passagem dos jovens. No dia seguinte, os manifestantes deitaram no chão durante o protesto na Praça da Independência. No sábado (15), terceiro dia de protestos no município, as pesssoas se reuniram na avenida praia em Santos e seguiram em passeata em direção à divisa com São Vicente.

Manifestantes realizam passeata pelas ruas de Santos (Foto: Leandro Campos/G1)Manifestantes realizam passeata pelas ruas de
Santos (Foto: Leandro Campos/G1)

Na segunda-feira (17), ainda em Santos, os manifestantes saíram da Avenida Conselheiro Nébias e chegaram até a balsa. A avenida da praia ficou fechada nos dois sentidos e a polícia estima que, pelo menos, mil pessoas participaram do movimento. Um grupo que saiu de Guarujá se uniu aos manifestantes de Santos na travessia, bloqueando o serviço.
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Já na terça-feira (18), os manifestantes se reuniram na porta do sindicato dos Bancários para discutir sobre o movimento em Santos. Houve outros protestos em São Vicente e Cubatão na terça-feira, onde prédios públicos foram depredados, lojas saqueadas e ônibus queimados.

Na quarta-feira (19), os protestos se concentraram em Guarujá, onde cerca de 50 pessoas partiram da Praça Horácio Lafer e caminharam até a Praça dos Emancipadores, no bairro Pitangueiras. Em São Vicente, houve uma onda de violência, vandalismo e saqueamento de estabelecimentos comerciais que se alastrou pela Área Continental da cidade e alguns bairros da região central. Esses atos não têm ligação com as reivindicações originadas pelo movimento Passe Livre.

Na sexta-feira (21), os protestos aconteceram em São Vicente e Peruíbe. Em São Vicente, cerca de 500 manifestantes partiram da Praça Tom Jobim, no bairro Biquinha, e foram em direção à divisa com Santos. Em Peruíbe, centenas de moradores se reuniram para protestar na cidade. Eles saíram da ferrovia e seguiram até a Câmara Municipal. Não houve registro de vandalismo.

Vândalos atearam fogo em um ônibus em Cubatão, SP  (Foto:  Nivaldo Tomazini/TV Tribuna)Vândalos atearam fogo em um ônibus em Cubatão
(Foto: Nivaldo Tomazini/TV Tribuna)

Sábado (22), as manifestações ocorreram pela primeira vez em Praia Grande, reunindo duas mil pessoas. Um policial militar ficou ferido após ser atingido por um rojão durante o protesto. Uma viatura também teve o vidro quebrado com uma pedrada. Em Mongaguá, também houve protestos, com a participação de cerca de 300 pessoas. Um homem foi preso ao passar de moto por lojas da cidade mandando os comerciantes fecharem as portas, sob o risco de assaltos. Já em Guarujá, a manifestação ocorreu de forma pacífica, reunindo aproximadamente 500 pessoas.

Nesta segunda-feira (24), um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia em Cubatão (SP). A Rodovia Cônego Domênico Rangoni foi fechada e a situação estava pacífica por toda a manhã. Porém, vândalos começaram a jogar pedras na PM, colocaram fogo em pneus e despejaram a carga de um caminhão na pista. Em Santos, um grupo de cerca de 20 pessoas caminhou pelas ruas dos bairros Gonzaga e Boqueirão. A manifestação foi atrapalhada pela chuva, já que estava prevista a participação de cerca de 3 mil pessoas.

No Vale do Ribeira, as manifestações aconteceram em Registro, Miracatu, Iguape, Pedro de Toledo e Cajati.

 

 

 

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