01/07/2013 15h15 - Atualizado em 01/07/2013 15h59

Balança comercial tem pior primeiro semestre em 18 anos

No período, déficit comercial somou US$ 3 bilhões, diz governo.
Em junho, houve superávit de US$ 2,39 bilhões, com alta de 199%.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A balança comercial brasileira registrou um déficit (importações maiores que vendas ao exterior) de US$ 3 bilhões no primeiro semestre deste ano, informou nesta segunda-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

De acordo com dados oficiais, trata-se do pior resultado para os primeiros seis meses de um ano desde 1995, quando foi registrado um déficit comercial de US$ 4,22 bilhões.

No primeiro semestre deste ano, as exportações somaram US$ 114,5 bilhões, com média diária de US$ 931 milhões e queda de 4,8% frente a igual período do ano passado, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram US$ 117,5 bilhões – com média de US$ 955 milhões por dia útil e alta de 1% sobre igual período de 2012. No primeiro semestre deste ano, as importações bateram recorde.

Razões para o fraco resultado
O fraco desempenho da balança comercial acontece em meio à crise financeira internacional, que tem gerado queda do comércio mundial, e, segundo o governo federal, também está relacionado com o atraso na contabilização da importação de combustíveis e derivados.

No primeiro semestre deste ano, as importações bateram recorde

O atraso na contabilização das importações de combustíveis aconteceu porque, em julho de 2012, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu um prazo de até 50 dias para registro das importações de combustíveis e derivados feitas pela Petrobras.

Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Cerca de US$ 4,5 bilhões em importações de petróleo e derivados que aconteceram, de fato, em 2012 foram contabilizadas somente neste ano.

Nos seis primeiros meses deste ano, o governo informou que houve queda na produção de petróleo por conta da manutenção de plataformas pela Petrobras, e, também, aumento do consumo interno de derivados - o que diminui as vendas externas.

Ao mesmo tempo, também subiram as importações de combustíveis. Com isso, a conta de petróleo e derivados registrou, sozinha, um déficit de US$ 12 bilhões no primeiro semestre deste ano - valor que supera o resultado negativo desta conta ce US$ 4 bilhões no mesmo período de 2012.

Mês de junho
Somente em junho, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, foi contabilizado um superávit de US$ 2,39 bilhões, com exportações em US$ 21,22 bilhões e compras do exterior em US$ 18,83 bilhões. Segundo o governo, o resultado positivo do mês representa um crescimento de 199,3% em relação a junho de 2012 – quando apresentou saldo de US$ 800 milhões.

"Estamos vendo, de fato, uma recuperação da trajetória da balança comercial, caminhando para um superávit em 2013, que é o que esperamos e havíamos anunciado como expectativa no início do ano. Há uma recuperação da balança comercial, com exportações em alta", declarou a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.

Expectativa para 2013
Em todo o ano de 2012, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 19,43 bilhões, o menor saldo positivo em dez anos. Com isso, o superávit da balança comercial registrou queda de 34,7% em relação ao ano de 2011, quando o superávit totalizou US$ 29,79 bilhões.

Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará nova queda, atingindo cerca de US$ 6 bilhões.

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