As ações da petroleira OGX, de Eike Batista, atingiram novas mínimas nesta segunda-feira (1), acumulando uma queda de mais de 95% desde a cotação máxima registrada pelos papéis da companhia, em outubro de 2010, segundo levantamento da consultoria Economatica.
Por volta das 16h desta segunda, a ação da OGX caía 25,32%, cotada a R$ 0,59, o que corresponde a uma perda de 97,5% desde a máxima registrada pelo papel em 15 de outubro de 2010, quando a ação fechou a R$ 23,27. Veja cotações
Pela manhã, a ação da OGX chegou a cair mais de 35%, após a companhia ter anunciado que seus poços atualmente em operação no campo de Tubarão Azul não terão sua produção aumentada e poderão parar de produzir ao longo de 2014.
Desde o início das operações do papel da OGX na Bovespa, a menor cotação de fechamento foi regisgtrada em 19 de junho, segundo a Economatica, quando a ação fechou a R$ 0,78.
No ano, até o fechamento do 1º semestre, a OGX acumula perda de 82% na Bovespa, segundo o levantamento. Em valor de mercado, a companhia perdeu no semestre R$ 11,455 bilhões.
O tombo da OGX também derrubava nesta segunda-feira o desepenho das ações das outras empresas de Eike. LLX e MMX caíam mais de 4%.
De acordo com a Economática, no acumulado até o final de junho, LLX e MMX perderam, respectivamente 58,8% e 67%. Além dessas, MPX recuou 32,3% no ano, OSX 86,9% e CCX 55,6%.
Problemas
O anúncio da OGX veio após os três poços marítimos da empresa em produção (OGX-26HP, OGX-68HP e TBAZ-1HP), todos em Tubarão Azul, sofrerem problemas operacionais e registrarem quedas e interrupções nos últimos meses.
A produção marítima, que chegou ao pico de 13,2 mil barris de petróleo por dia em janeiro, despencou para 1,8 mil barris por dia em abril, recuperando-se a 6,8 mil barris por dia em maio.
A OGX terminou março com US$ 1,15 bilhão em recursos disponíveis e apenas o pagamento devido à OSX reduziria o caixa da companhia a cerca de US$ 700 milhões.
"Restam poucos caminhos para a empresa. Já há algum tempo deixamos de ter preço justo e indicação para (as ações da) OGX, pela mais absoluta incapacidade de reunir dados confiáveis para realizar projeções", afirmou à Reuters o analista Luiz Francisco Caetano, da Planner, em relatório intitulado "OGX: O fim da história?".
As sucessivas frustrações com o nível de produção da OGX e a queima de caixa pela petroleira têm motivado forte queda das ações da empresa, contagiando os papéis de outras companhias de Eike listadas na Bovespa.
A OGX teve prejuízo de R$ 804,6 milhõess no primeiro trimestre, quase três vezes superior ao do mesmo período do ano anterior, devido a uma baixa contábil bilionária com poços secos.
O Credit Suisse avaliou que a OGX tem agora três ativos principais: blocos na bacia do Parnaíba, avaliados pelo banco em US$ 500 milhões; Tubarão Martelo, estimado em US$ 1,2 bilhão; e bloco BS-4, na bacia de Santos, adquirido por US$ 270 milhões.
A OGX vai submeter à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma revisão de seu plano de desenvolvimento para Tubarão Azul, com base nas conclusões da análise do comportamento dos poços.
A empresa disse que "não devem mais ser consideradas válidas as projeções anteriormente divulgadas, inclusive as que dizem respeito a suas metas de produção".