28/10/2013 06h29 - Atualizado em 28/10/2013 06h34

Preço baixo do café preocupa produtores do Espírito Santo

Cenário não é dos melhores, arábica e conilon têm preços muito baixos.
Agricultores não estão conseguindo fazer os tratos culturais que precisam.

Do Globo Rural

Em uma propriedade no interior de Alto Rio Novo, noroeste do Espírito Santo, o produtor João Maforte colheu 200 sacas de café arábica este ano. A produção ficou dentro do esperado, o problema foi na hora de vender o café. “Se for fazer todo o investimento que a lavoura precisa em adubação e correção do solo, o custo sai por R$ 170, R$ 180, enquanto estamos vendendo por R$ 165, então estamos trabalhando no prejuízo”, diz.

O baixo preço do arábica também está contribuindo para derrubar o valor do café conilon. Muitos compradores estão preferindo investir em um arábica de baixa qualidade a comprar o conilon, já que a diferença de preço entre os dois está bem mais baixa que o normal . A saca de 60 quilos do café conilon, vendida a R$ 280 no início da colheita, agora é comercializada por R$ 182.

Em São Gabriel da Palha, o agricultor Altair Ferreira colheu 3 mil sacas de conilon na última safra, 20% a mais do que no ano passado, mas por causa do preço baixo, ele não obteve os lucros esperados.

Andando pela lavoura é possível observar que os pés de café estão carregados, com grãos muito bem formados, sinal de safra boa o ano que vem. O problema é que com o preço da saca tão baixo, o produtor está sem dinheiro para investir na lavoura e sem os cuidados necessários, a próxima produção, pode ficar prejudicada.

Por causa do preço baixo, o estoque de café na Cooperativa de São Gabriel da Palha é alto, são mais de 500 mil sacas. O presidente Antônio de Souza Neto sugere que, quem pode, deve segurar o café e aguardar a reação do mercado.

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