02/07/2013 19h31 - Atualizado em 02/07/2013 19h39

Moradores da Maré, no Rio, fazem ato pela paz na comunidade

Há uma semana, dez pessoas morreram em uma troca de tiros com o Bope.
De acordo com a PM, cinco mil pessoas participaram do ato.

Do G1 Rio

Os moradores do Conjunto de favelas da Maré fizeram um ato ecumênico na tarde desta terça-feira (2), na Avenida Brasil, em memória das pessoas que morreram durante um confronto entre policiais militares e traficantes, na favela Nova Holanda, há uma semana. Houve denúncias de truculência do Batalhão de Operações Especiais (Bope) durante a operação e a conduta dos policiais está sendo investigada. De acordo com a PM, cinco mil pessoas participaram do ato, como mostrou o RJTV.

Nas passarelas perto das entradas da Maré, faixas com os nomes dos mortos, além de mensagens pedindo o fim do preconceito contra moradores de favelas e também reivindicando o direito à segurança pública.

Por volta das 15h, a prefeitura fechou todas as pistas da Avenida Brasil. O comandante do 22º Batalhão da PM, responsável pela área, disse que não foi avisado sobre a interdição que durou cerca de dez minutos.

A concentração dos moradores e integrantes de organizações não governamentais foi no acesso à favela Nova Holanda, uma das comunidades da Maré, onde houve o confronto na semana passada. A maioria das pessoas preferiu usar a cor preta para simbolizar o luto.

Confronto com o Bope
Há oito dias, dez pessoas morreram em um tiroteio entre traficantes e homens do Bope. Entre elas, o sargento do Bope Ednelson Jerônimo dos Santos Silva.

A polícia civil informou que das outras nove, duas não tinham ficha criminal, o garçom Eraldo Santos da Silva, e Jonatha Farias da Silva, de 16 anos.

Sete mortos tinham passagem por crimes como tráfico de drogas, homicídio e roubo. Depois da operação, moradores da comunidade fizeram denúncias de abuso de força por parte da polícia.

A PM abriu um inquérito policial militar para apurar essas informações. O inquérito ainda não foi concluído.

Antes das 17h a pista lateral da Avenida Brasil foi ocupada por centenas de pessoas. A chuva não foi problema para quem queria fazer orações e também protestar.

No carro de som, discursos pediam paz e uma política de segurança mais eficiente para as comunidades. Alguns manifestantes acenderam velas. E no fim, instrumentos de percussão para homenagear os mortos.

Dez manifestantes reproduzem as mortes ocorridas após a operação do Bope na Maré (Foto: Marcos de Paula/ Estadão Conteúdo)Dez manifestantes reproduzem na Avenida Brasil as mortes ocorridas após a operação do Bope na Maré (Foto: Marcos de Paula/ Estadão Conteúdo)

 

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