21/07/2013 08h30 - Atualizado em 21/07/2013 08h30

Pecuaristas de Goiás e São Paulo avaliam alta do preço do boi gordo

Em Goiás, pecuaristas atribuem o preço ao aumento das exportações.
Em São Paulo, um dos motivos é a menor oferta do gado em confinamento.

Do Globo Rural

O pecuarista Augusto Gontijo está interessado em um lote de 120 bois, a maior parte já no ponto de abate. A fazenda fica no município de Professor Jamil, a pouco mais de 60 quilômetros de Goiânia.

Há quatro anos, Augusto Gontijo decidiu interromper o confinamento de gado em sua fazenda por causa do alto custo. Os animais retornaram para o pasto.

Em abril deste ano, ele vendeu um lote de animais na base de R$ 89 a arroba. Agora, ele já recebeu oferta de R$ 95. Em três meses, uma valorização de 6%. “Houve uma valorização, não tanto quanto precisava para repor as perdas anteriores do boi, mas de toda maneira há um ganho adicional e uma recuperação na lucratividade do setor”, declara o pecuarista.

Segundo os pecuaristas goianos, um dos motivos para a alta no preço da arroba é o bom desempenho das exportações. No primeiro semestre, a quantidade de carne mandada para o exterior aumentou 21%, em relação ao mesmo período do ano passado, e essa é uma tendência. 

“Esse mercado exportador será estável. É um mercado que já existiu, caiu em um momento de crise há quatro anos atrás com a crise mundial, e voltou a estabilizar, então eu acredito que a tendência é aumentar esse mercado que consolidou a partir do ano passado”, avalia José Manoel Caixeta, presidente da Comissão de Pecuária de Corte – Faeg.

Os frigoríficos da região oeste do estado de São Paulo estão com menor oferta de gado. Em um abatedouro de Presidente Prudente, o diretor do departamento de compras reconhece o aquecimento do mercado. “Ninguém consegue segurar nem baixa, nem alta de boi. O mercado é soberano”, declara Haroldo Camargo Júnior.

Um os motivos para a menor oferta de gado é a redução dos confinamentos. O fim do outono e o começo do inverno foram bastante atípicos no interior paulista e troxeram muitas chuvas, o resultado foi um atraso no calendário de confinamento. Com pastagem de sobre, o mercado ficou a favor dos produtores

Na prática, faltam no mercado os bois da primeira etapa dos confinamentos, que deveriam estar prontos em julho. Mesmo com essa alta, o preço da arroba, no entanto, ainda não chegou ao pico de R$ 114 de novembro de 2010. Esse foi o maior valor registrado desde 1997. Outro pico de preço foi em novembro de 2011, quando bateu R$ 106. Essa semana atingiu R$ 103.

Em uma propriedade, no município de Pirapozinho, o rebanho está sendo tratado apenas com o pasto. Do total de 350 animais, 60 estão prontos para o abate, mas o administrador diz que pretende vender a boiada apenas em agosto. “Estamos esperando chegar aos R$ 110. Se não chegar, nós não vamos vender vamos aguardar João Garcia, administrador.

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