11/07/2013 19h52 - Atualizado em 17/07/2013 14h14

'Sou professor': estreia novo quadro no site do Globo Educação

Para começar, a educadora Elaine Barbosa mostra um pouco de seu trabalho com crianças da pré-escola na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Sou Professor: Elaine Barbosa; Globo Educação (Foto: Divulgação/Isabel Butcher)A professora Elaine Barbosa e o desenho feito pelos seus alunos sobre a história de Pinóquio
(Foto: Divulgação/Isabel Butcher)

Elaine Barbosa é apaixonada por crianças. Na hora de decidir sobre o que ia fazer da vida, não teve dúvidas: cursou o Normal e foi dar aulas em creches e pré-escolas, além de fazer pós-graduações na área. Hoje, depois de mais de 25 anos de profissão, é professora do Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Tristão de Athayde, escola municipal na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Além da paixão pelas crianças, Elaine é também apaixonada pelo o que faz. A professora de alunos de 4 anos, não vê o tempo passar e diz que tem uma rotina divertida. “Meu marido costuma brincar comigo dizendo que não tenho trabalho, mas diversão”, comenta. Não é para menos. Elaine leva para sala de aula ideias mirabolantes e brincadeiras que cativam os pequenos, e fazem com que aprendam os diferentes eixos que devem ser desenvolvidos em sala de aula: a linguagem, a leitura, a matemática, os movimentos e as artes.

Assista à entrevista abaixo com Elaine Barbosa)

É o caso, por exemplo, do trabalho feito a partir da história de Pinóquio. Os alunos, sob o incentivo de Elaine, construíram um boneco com um nariz que crescia e, todos os dias, ia para a casa de um dos estudantes. “No dia seguinte, eles contavam o que o Pinóquio havia feito e quem havia conhecido o boneco. Foi um sucesso. Assim, com esse trabalho, a família é incluída no projeto, eles têm a oportunidade de conhecer essa história – afinal, nem todos os familiares têm acesso a esse tipo de leitura. Trabalhamos também a linguagem oral, a socialização, e o aprender a esperar, porque nem sempre a criança pode levar no dia que quer”, completa a professora.

Outro projeto que fez sucesso entre os pequenos foi o trabalho desenvolvido sobre Chapeuzinho Vermelho. O jogo de rolar o dado e andar pelas casas, criado pelos alunos junto com a professora, era uma diversão na qual as crianças aprendiam a contar e a fazer estimativa. "Eles sabiam que se tirassem três no dado, por exemplo, iam cair na casa do Lobo, o que significava ficar uma rodada sem jogar. Aliás, essa regra também foi criada pelas crianças", explica Elaine.

“Meu trabalho é todo voltado para o lúdico, para a brincadeira. E, com isso, eles vão aprendendo e eu também. A gente aprende na troca. Temos consciência da nossa formação aqui dentro. A pré-escola é seríssima. A gente não vem aqui só para brincar, mas para aprender brincando. A gente não está aqui de brincadeira. Estamos aqui fazendo coisas muito sérias”, diz Elaine.

Confira o vídeo seguinte do quadro 'Sou Professor' com três educadores que foram até o Ushuaia com carro movido a óleo reciclado.

A brincadeira é, na verdade, o instrumento para prender a atenção dos alunos. Para ela, o professor tem as funções de educar e de cuidar do aluno. “O professor é uma referência, um modelo. O cuidar caminha junto com o educar. A primeira infância é a fase mais importante da criança. Conceitos que ela adquiri aqui, vai levar para a vida toda. É importante que esses conceitos sejam trabalhados, desenvolvidos e respeitados. Se não, a gente vai ter cabeças sem capacidade de pensar”, conclui.

O trabalho da professora pode ser conferido nas redes sociais. Elaine coloca fotos do processo de criação das atividades que propõe às crianças e troca com outros professores informações e ideias criativas para inventar novas construções coletivas. Coloquei uma foto das crianças e fotos do processo de criação. No caso da construção da Lâmpada de Aladim, fotografei o jornal enrolado, depois mostrei eles colando o papel e, em seguida, a lâmpada pronta. Gosto de fotografar todo o projeto e mostrar como a gente chegou no resultado final”, explica.

Elaine já poderia pensar em se aposentar e curtir os dias livres. Mas não se imagina fazendo isso. “Quanto mais trabalho, mais gosto. E ainda vejo um brilho no olhar deles. Enquanto eu vir esse brilho no olhar, vou continuar”, garante.

  • imprimir