06/08/2013 14h35 - Atualizado em 06/08/2013 21h25

Captação da poupança bate recorde para julho e no acumulado do ano

Em julho, R$ 9,33 bilhões entraram na poupança – maior valor para o mês.
Com captação do mês passado, aplicações atingiram R$ 550 bilhões.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Os depósitos em caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 9,33 bilhões em julho deste ano e em R$ 37,6 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (6) pelo Banco Central.

O resultado de julho representa recorde para este mês. O valor acumulado de 2013 também é o maior já captado para os sete primeiros meses de um ano. A série histórica da autoridade monetária para a poupança tem início em 1995.

Até o momento, o maior valor líquido (depósitos menos retiradas) de ingresso mensal na poupança em julho havia sido registrado em 2012 (R$ 8,25 bilhões). Para os sete primeiros meses de um ano, o recorde anterior foi apurado também no ano passado (R$ 23,73 bilhões).

Em comparação, portanto, com os sete primeiros meses de 2012, houve um crescimento de 58,4% na captação da poupança.

Aplicações, resgates e saldo da poupança
Em julho, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 130,84 bilhões, ao mesmo tempo que as retiradas de recursos totalizaram R$ 121,51 bilhões. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores somou R$ 2,43 bilhões no mês passado.

Com o ingresso de recursos em julho deste ano, junto com o rendimento creditado na conta dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na caderneta de poupança atingiu R$ 550 bilhões no fim do mês passado. No fechamento de 2012, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 496 bilhões e, em junho, atingiu a marca dos R$ 538 bilhões.

Mudança de regras
Os números do BC mostram que a caderneta de poupança continua atraindo investimentos mesmo com a mudança do formato de rentabilidade, feita pelo governo em maio do ano passado.

A nova regra do governo atrelou o rendimento da poupança à taxa básica de juros da economia definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para evitar que outras aplicações financeiras de renda fixa perdessem atratividade frente à poupança em função da queda do juro básico.

Os recursos depositados a partir de 4 de maio de 2012 rendem o equivalente a 70% da Selic mais Taxa Referencial (atualmente zerada). Esse novo formato de rendimento da poupança foi aplicado, porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, atingiu 8,5% ao ano – acionando o chamado "gatilho" para a mudança.

Com a Selic atualmente em 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança está em 5,95% ao ano mais TR. Pela regra anterior, que vigorava desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR. Mesmo com a mudança do rendimento da poupança, a modalidade continuou isenta do Imposto de Renda, e os recursos podem ser retirados a qualquer momento.

Pequeno investidor
Mesmo com rendimento menor, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

Especialistas observam, entretanto, que os rendimentos da poupança perderam para a inflação no ano passado. Neste ano, a inflação esperada pelo mercado financeiro, com base no IPCA, é de 5,75% – um pouco abaixo do rendimento de 5,95% ao ano com a nova taxa de juros (8,5% ao ano).

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de