Este ano, foram semeados no Paraná 914 mil hectares de trigo, 17% a mais do que na safra passada. A principal preocupação tem sido o clima. No mês de junho, choveu três vezes mais do que o volume normal do período.
“Nós estamos calculando hoje, depois de uma rodada de reuniões nas prefeituras, de uma quebra de aproximadamente 10 a 15% na produtividade inicialmente prevista em 28 municípios, exatamente em função do excesso de umidade e a incidência de várias doenças. Por outro lado, a expectativa da formação de geada na região, no início da próxima semana, passa a ser o principal fator de preocupação do agricultor da região”, explica Jovir Esser, agrônoma do Deral.
Na propriedade do agricultor Vinicius Lazarin, no município de Santa Tereza do Oeste, o trigo plantado há 80 dias está na fase de enchimento de grão. Ele está preocupado com as doenças que começaram a surgir na lavoura por causa das chuvas excessivas no mês de junho. Apesar disso, o produtor acredita que a safra pode trazer um bom resultado financeiro.
“A gente tem esperança, investimos, gastamos uma quantia boa por hectare nesse trigo pra ver se a gente consegue ter um trigo de qualidade para colocar no mercado brasileiro”, diz Lazarini.
De acordo com a secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado, o que motivou o produtor a investir no trigo, foi o preço do produto. Para o presidente da cooperativa de Cascavel, Dilvo Grolli, o bom preço deve permanecer.
“Subiu o valor do trigo no mercado internacional e o Brasil é dependente do mercado internacional porque importa 50% do consumo. O preço internacional está refletindo aqui no preço do trigo ao produtor rural”, declara Grolli.
“O preço de hoje anima, a gente só tem que ver se esse preço vai ser animador depois que esse trigo estiver colhido”, diz o agricultor Vinicius Lazarin.
A saca de sessenta quilos do trigo tipo pão está sendo vendida por R$ 41 no oeste do Paraná, 50% a mais do que há um ano.