A colheita das hortaliças na propriedade de Nilo Balduíno Mannes estava prevista para começar no fim desta semana, mas com a previsão do tempo indicando chuva forte e geada, ele antecipou os trabalhos.
O agricultor consegue antecipar a colheita porque tem câmara fria para guardar as hortaliças até o dia da entrega na Ceasa, mas esta realidade é bem diferente de outras propriedades, como a de Aldori Schimtz. O agricultor não tem onde estocar.
Agora, com a previsão do tempo indicando chuva forte e possibilidade de geada, o prejuízo é certo. "Eu não tenho como fugir do prejuízo no momento porque não tenho câmara fria para guardar o produto por três ou quatro dias”, diz.
Altamiro Koch também já está contando com a perda, só que nas plantações que ainda nem estão prontas para colher. "A cenoura não deve matar, mas outras plantações que são mais fracas, como a beringela, o chuchu e o pimentão, o frio acaba matando".
Uma das preocupações dos agricultores de Santa Catarina é a geada negra, fenômeno que ocorre quando além de temperatura extremamente baixa, a atmosfera se encontra muito seca e o vento sopra com grande velocidade. Desta forma, ao invés do congelamento da água sobre a superfície das plantas, o que ocorre é o resfriamento interno da seiva, provocando uma perda bem maior.
No Paraná, Eder Bublitz, chefe da Seab de Cascavel, explica como os agricultores podem se preparar para minimizar os prejuízos, caso se confirme a previsão de geada negra. Confira a entrevista no vídeo com a reportagem completa.
Na manhã desta terça-feira (23), nas primeiras horas, Santa Catarina registrava temperatura negativa de 3ºC. A máxima prevista era de apenas 2ºC.
Mesmo assim, o frio é bem-vindo para algumas culturas, como a das maçãs. São Joaquim é tradicional no cultivo de macieiras. O frio faz com que a árvore continue no período de dormência, ou seja, sem produzir folhas e frutos. A falta de frio prejudicaria a planta porque ela sairia desse estágio e produziria maçãs antes da época.