Política

Dilma anuncia nova etapa do Minha Casa Minha Vida

Presidente diz que seu programa, um de seus trunfos para a campanha de 2014, terá terceira fase, mas evita números

BRASÍLIA -  A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira à noite a terceira etapa do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, que será um dos principais elementos da campanha da reeleição em 2014. Falando para cerca de 3.000 delegados da Conferência Nacional das Cidades, Dilma disse que a ampliação do programa é o desafio do seu governo. A expectativa do mercado da construção civil é que a meta da nova fase do programa fique entre 2,4 milhões e 3 milhões de moradias novas até 2017.

A presidente afirmou que, no seu governo, foram contratadas 2 milhões de unidades do Minha Casa Minha Vida, mas, considerando o governo do ex-presidente Lula, o número chega a 3 milhões. O déficit habitacional no país é estimado em cerca de 6 milhões de unidades. A meta do governo Dilma é contratar mais 750 mil. Até agora, segundo a presidente, foram entregues 1,4 milhão de casas.

- Estamos avaliando a continuidade do programa e o tamanho do desafio que vamos colocar para nós mesmo. Agora vamos para outro padrão para ser seguido independente do que acontecer em 2014 - disse a presidente, exaltando o programa:

- Minha Casa, Minha Vida foi feito para cidadãos com direito pleno e direito ao dinheiro público. Eu gosto muito do Minha Casa Minha Vida. O Estado tem a obrigação de contribuir para que as camadas da população tenha acesso à casa própria. Nós de fato subsidiamos casa própria para o pobre. Não é esmola, não é presente, é obrigação do Estado e direito do cidadão.

A conferência ocorre no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, perto do estádio Mané Garrincha, onde serão disputados jogos da Copa de 2014.
Mais cedo, depois de se reunir com Dilma, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safadi Simão, disse que, para o mercado, é importante a continuidade do programa.

- É importante uma sinalização sobre a continuidade do programa - destacou Simão, acrescentando que o setor tem um ciclo específico de produção, que envolve compra de terrenos, por exemplo, e precisa se planejar.

A entidade divulgou projeções para a economia para o ano que vem, em almoço nesta quarta-feira. Com a economia retraída neste ano, a Cbic reduziu o crescimento do PIB do setor de 2,5% para 2% este ano. Para 2014, a projeção é de alta entre 3% e 4%, caso as concessões do governo federal deslanchem. Segundo o vice-presidente da entidade, José Carlos Martins, a melhoria no cenário dependerá da retomada do investimento privado. A Cbic estima que o PIB do país cresça 2,5% neste ano e em 2014.

A presidente participou da abertura da conferência, que vai até domingo, e discutirá a reforma urbana. Dilma falou da evolução do investimentos em saneamento básico - incluindo água tratada, esgotamento sanitário, drenagem e destinação de resíduos sólidos -, mas afirmou que muito mais precisa ser feito no país. Segundo ela, o governo destinou R$ 93 bilhões para o setor.

Dilma também afirmou que o governo ampliou em R$ 50 bilhões a verba para mobilidade urbana - especialmente para transporte - devido aos protestos de junho, que cobravam melhorias nos serviços públicos. Segundo a presidente, outros R$ 93 bilhões já estavam previstos, totalizando R$ 143 bilhões.

A presidente prometeu chamar os movimentos sociais para discutir a questão fundiária e defendeu que conflitos, como ocorrido na desocupação de Pinheirinho, têm de ser resolvidos com diálogo e participação da sociedade. Em janeiro de 2012, uma operação da Polícia Militar desocupou Pinheirinho, em São José dos Campos.