Depois da neve, a geada cobriu as plantações. Em um campo de aveia, até a terra congelou.
De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná, produtores de trigo devem sofrer o maior impacto das geadas. 52% das lavouras estão em fase de floração e frutificação e foram afetadas.
A perda foi total nos 80 hectares plantados pelo produtor Márcio Duch, em Guarapuava. Por dois dias houve forte geada com temperaturas que chegaram aos -3ºC.
Em áreas de erva mate, o clima também prejudicou a produção. O problema foi o excesso de chuva e depois a neve, que devem reduzir a produtividade.
No norte do Paraná, a geada negra causou problemas para os agricultores. O prejuízo foi grande nas lavouras de café. As folhas ficaram escuras e queimadas.
A geada veio forte em Maringá. Já em Mandaguari, não foi apenas a tradicional geada branca que afetou as plantações. “Teve os três tipos de geada, a geada de vento, a geada branca, com formação de gelo sobre as plantas, e também a geada negra, que queima sem formação de gelo e que é justamente a pior que tem. Ela queima por dentro e acaba rompendo as células da planta”, explica o agrônomo Roberval Rodrigues.
Segundo a Secretaria de Agricultura do Paraná, o café foi a cultura mais atingida pela geada deste ano: 80% da área ocupada com o grão no estado sofreu com o problema. A queda deve ser sentida na próxima safra, conforme conta o agricultor José Rosseto. Ele está desolado. A última vez que passou por situação assim foi no ano de 2000, quando também teve geada negra na região.
A safra e a renda da família estão comprometidas. “Nesta área, a produção para 2014 vai ser zero. Em 2015 vai ter produção, mas quer dizer, de hoje até 2015 serão dois anos sem nenhuma renda”, lamenta.