07/08/2013 06h50 - Atualizado em 07/08/2013 06h59

Juros baixos e falta de mão de obra impulsionam vendas de máquinas

Venda de máquinas agrícolas cresceu quase 4% de junho para julho.
Prazo maior para pagar é outro fator que contribui para a alta.

Do Globo Rural

O agricultor Miguel Donizete planta milho e soja em Itapetininga, região sudeste de São Paulo.

Este ano, ele comprou um pulverizador e um trator, investimento que ajudou o trabalho no campo e a produtividade, que aumentou 30% em relação ao mesmo período do ano passado. O produtor aproveitou os juros mais baixos no mercado para fechar negócio e o prazo de 10 anos para pagar.

A facilidade de crédito e as novas tecnologias estão atraindo cada vez mais os agricultores.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, nos primeiros sete meses do ano foram vendidas quase 49 mil máquinas, um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em apenas uma revendedora, do início do ano até agora, o crescimento foi de quase 50% se comparado com o ano anterior. De acordo com o gerente da loja, Orlando Costa, o interesse dos agricultores em investir está cada vez maior.

Outro fator que está aquece o mercado de máquinas agrícolas é a falta de mão de obra no campo. Sem ter quem contratar, a saída para muitos agricultores é mecanizar a propriedade.

A produção de café no sítio de Luís Giovani, em Franca, nordeste de São Paulo, deve chegar a 1,5 mil sacas este ano, quantidade 25% menor do que a obtida o ano passado. Mesmo assim, o agricultor diz que foi mais difícil encontrar trabalhador para ajudar na colheita. O jeito, segundo ele, foi contratar cinco funcionários de outros estados.

A região da Alta Mogiana é importante na produção de café. Sozinha, é responsável pela metade da safra paulista e é também um dos principais pólos na produção de calçados do país.

Franca foi o quinto município que mais empregou no Brasil no primeiro semestre deste ano, mas não foi no campo, não. A indústria de sapatos abriu 75% dos novos postos de trabalho e buscou nas lavouras de café, os trabalhadores que faltavam no chão das fábricas.

A saída que os produtores encontraram para a falta de mão de obra qualificada foi capacitar os funcionários para a colheita mecânica. O treinamento é feito na própria fazenda.

O agricultor Paulo Campos acaba de comprar uma das colhedoras mais modernas do mercado. O representante da fábrica foi até à propriedade dar um curso para os funcionários. "A sorte nossa é poder mecanizar, agora, estamos tentando qualificar o pessoal para operar as máquinas", diz.

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