23/10/2013 08h52 - Atualizado em 23/10/2013 18h07

Tesouro anuncia abertura de captação externa e de recompra

Instituição emitirá papéis com vencimento em 2025, informou governo.
Ao mesmo tempo, também aceitará recompras de títulos entre 2017 e 2030.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (23) que concedeu mandato para operação de captação de recursos no mercado internacional, por meio da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida externa) denominados em dólares, com vencimento em 2025. O resultado da operação poderá sair ainda nesta quarta, no fim da tarde.

“Eu já havia informado que estávamos com planos de fazer emissões ainda este ano. Estamos realizando hoje uma emissão importante porque ela é também um gerenciamento de nossos passivos. Estamos fazendo um leilão dos passivos. Estamos fazendo um leilão que é também um leilão de recompra, ou seja, títulos que tinham perfil de riscos maiores, títulos antigos, estamos trocando por títulos novos", afirmou o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

A última captação de recursos no exterior, pelo governo brasileiro, foi feita em maio deste ano, quando foram vendidos US$ 800 milhões em papéis da dívida externa com prazo de 10 anos nos mercados norte-americano, europeu e asiático.  Essa operação, embora não tenha obtido a menor taxa de retorno ao investidor (juros pagos), representou o menor "spread" (diferença) em relação aos títulos dos Estados Unidos da história.

Referência para empresas
Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas tem por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.

Como funciona
Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, ou no fim do contrato, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.

Operação de recompra
O Tesouro Nacional também informou nesta quarta-feira que aceitará ofertas de investidores para recomprar papéis que já foram emitidos pelo governo brasileiro no passado no mercado internacional com vencimento entre 2017 e 2030.

De acordo com a instituição, o objetivo da operação de recompra é "melhorar a eficiência da curva denominada em dólares". O estoque de papéis aceitos nas operações de recompra pelo Tesouro Nacional soma US$ 12,59 bilhões. O governo não informou quanto poderá recomprar.

"Portanto é uma abertura de um título novo que também vai servir para reduzir nossos títulos com perfil mais antigo que são menos eficientes e não formam a melhor curva para o Brasil", disse Augustin.

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