24/10/2013 15h50 - Atualizado em 24/10/2013 16h34

Dívida pública cai 0,14% em setembro, para R$ 1,98 trilhão

No mês passado, emissão de papéis ao mercado somou R$ 52 bilhões.
Trata-se do maior valor da série histórica, segundo o Tesouro Nacional.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, teve queda de 0,14% em setembro, recuando de R$ 1,99 trilhão para R$ 1,98 trilhão, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (24) pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Só em juros, foram gastos
R$ 15,19 bilhões em setembro

No mês passado, as emissões da dívida pública interna somaram R$ 56 bilhões, sendo R$ 52 bilhões em mercado, ao mesmo tempo que os vencimentos (dívidas que vencem e são pagas) totalizaram R$ 69,8 bilhões, o que resultou em um resgate líquido (vencimentos maiores do que emissões) de R$ 13,84 bilhões no período. Já as despesas com juros somaram R$ 15,19 bilhões em setembro.

"As emissões em ofertas públicas, que somaram R$ 52 bilhões em setembro, representam o maior volume da série histórica. Ao longo do ano, com a volatilidade nos mercados, o Tesouro reduziu as emissões. Com a redução da volatilidade, a eventual demanda que não tinha sido satisfeita tende a aumentar. Então, o Tesouro adaptou a estratégia inicial, que era uma emissão mais estável ao longo dos meses, e emitiu esse valor maior [em setembro]", disse Fernando Garrido, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional.

Somente a dívida interna teve crescimento de 0,09% no mês passado, para R$ 1,89 trilhão. A dívida externa, por sua vez, teve redução de 4,69% em setembro, passando para R$ 91,3 bilhões – contra R$ 95,8 bilhões no mês anterior.

Programação para 2013
Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, após atingir a marca inédita de R$ 2 trilhões no fim do ano passado, a dívida pública vai continuar crescendo neste ano, e pode chegar a R$ 2,24 trilhões – R$ 232 bilhões mais em relação a 2012. Os dados constam no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro Nacional.

O documento prevê um patamar entre R$ 2,1 trilhões, o que representaria um crescimento de R$ 92 bilhões, e R$ 2,24 trilhões, para a dívida pública brasileira no fim deste ano. Deste modo, a estimativa de expansão da dívida pública, em 2013, varia de 4,58% a 11,55%.

Perfil da dívida
Os números do governo federal, calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial", mostram que o estoque de títulos prefixados (papéis que têm a correção determinada no momento do leilão) somou R$ 789 bilhões em setembro, ou 41,59% do total, contra R$ 747 bilhões, ou 39,4% do total, em agosto deste ano.

Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação reduzida em setembro. No fim do mês passado, estes títulos públicos representavam 14,84% do estoque total da dívida interna, ou R$ 281 bilhões, contra 18,39% do total (R$ 348 bilhões) em agosto de 2013.

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 36,7% em setembro deste ano, ou R$ 698 bilhões, contra 36,1% do total em agosto deste ano – o equivalente a R$ 684 bilhões.

Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 6,77% do total em setembro (R$ 128 bilhões), contra R$ 114 bilhões, ou 6,06% do total, em agosto deste ano. O aumento da dívida atrelada ao dólar se deve à emissão de contratos de swap cambial – que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro.

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