24/10/2013 11h49 - Atualizado em 24/10/2013 17h16

Petrobras trabalha 'alucinadamente' para orgulhar investidor, diz Graça

Graça Foster participou de evento em SP nesta quinta-feira (24).
Executiva falou de petróleo, mas também de gatos, samba e futebol.

Fabíola GleniaDo G1, em São Paulo

A presidente da Petrobras, Graça Foster, fala em evento nesta quinta-feira (Foto: Fabiola Glenia/G1)A presidente da Petrobras, Graça Foster, fala em evento nesta quinta-feira (Foto: Fabiola Glenia/G1)

A presidente da Petrobas, Maria das Graças Foster, disse nesta quinta-feira (24) que a estatal trabalha "alucinadamente" para dar orgulho ao investidor.

“A Petrobras sabe que tem um compromisso com o país, tem um compromisso com os [acionistas] minoritários. Nós trabalhamos alucinadamente para que vocês tenham muito orgulho de nós, em especial aqueles que investem em ações de Petrobras”, disse a presidente da estatal, Graça Foster.

Ela fez a declaração durante apresentação para uma plateia lotada de empreendedores e falou sobre trabalho, mas também da vida pessoal – incluindo seu amor pelos gatos, samba e futebol.

A executiva disse que chegou à presidência da estatal “num momento muito especial”, em que a Petrobras “precisava sair do planejamento e partir muito forte para a execução”. “De dois anos para cá, é o momento muito forte de fazer acontecer”, afirmou.

Parte deste “fazer acontecer” pode se materializar em breve, com a entrega de nove novas unidades de produção. “Este ano nós vamos colocar em produção, ou já na locação para começar a produção no ano que vem, nove unidades de produção – isso aí é mais de 1 milhão de barris de petróleo de capacidade instalada”, disse.

Segundo ela, na manhã desta quinta também chegou à locação a plataforma P-55 – a maior plataforma do Brasil – em Roncador, na Bacia de Campos, com capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo.

Libra
Ao falar sobre a reserva de Libra, Graça Foster, disse que se trata de “um campo espetacular, não espetaculoso”. “Eu não gosto disso. Estou falando que ele é espetacular sem exagero, trabalhando numa base bastante técnica, muito realista.”

Na segunda-feira (21), o consórcio formado pela Petrobras em parceria com a Shell, Total, e as chinesas CNPC e CNOOC, arrematou o campo de Libra e foi o vencedor do primeiro leilão do pré-sal sob o regime de partilha – em que parte do petróleo extraído fica com a União.

Único a apresentar proposta, contrariando previsões do governo, o consórcio ofereceu repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo – percentual mínimo fixado pelo governo no edital.
 
Política
Graça Foster participou do CEO Summit 2013, realizado pela EY (antiga Ernst & Young) e pela Endeavor, e apresentou o painel “Liderança e estilo de gestão: história de protagonismo dentro da Petrobras”. Ao ser questionada pela moderadora, Sonia Hess – presidente da Dudalina – sobre como lidava com o lado institucional e político, a presidente da estatal disse que uma empresa como a Petrobras teria uma interface política bastante grande, ainda que fosse privada.

“É preciso ter posição firme, é preciso ouvir, ser permeável. Da política vêm coisas muito importantes, mas é preciso ter habilidade para lidar com o lado político”, disse, garantindo ainda que não tem “jeito nem ambição para a política, embora respeite os grandes políticos”.

Graça Foster, que assumiu a presidência da estatal há pouco menos de dois anos e está na empresa há  mais de três décadas, disse que não consegue ficar muito tempo fazendo a mesma coisa. “Dois, três, quatro anos já está bom.”

Segundo ela, chegar ao posto mais alto da hierarquia não necessariamente aumentou sua responsabilidade. “Não tem essa de a responsabilidade aumentar. Você é ou não é responsável. Quando você começa, tem seu primeiro trabalho, você é tão responsável quanto”, afirmou.

A moderadora quis saber como Graça conseguiu chegar ao topo numa empresa em que cerca de 85% dos trabalhadores são homens. “Trabalhando”, respondeu, arrancando risadas e aplausos da plateia.

“O tempo todo que estou com o olho aberto estou pensando no meu trabalho, me  preparo sempre para as minhas reuniões. A pior coisa que pode ter numa reunião interna é ela terminar e não ter desdobramento. (...) Nunca deixe uma pessoa entrar na sua sala e sair sem saber por que entrou. Nem que seja para levar uma bronca. A tal da ‘agenda oculta’ custa muito caro para as empresas e retarda bastante o alcance do objeto.”

Graça Foster admitiu que para dar conta de tudo o que precisa, tem uma agenda “profundamente disciplinada”. “Só não resisto quando sou chamada pela presidenta Dilma, pelo ministro Mantega ou pelo ministro Lobão”, revelou.

Ansiedade
Ela confessou que sua maior ansiedade em relação ao trabalho é ter certeza de que tudo o que foi decidido pela cúpula da empresa vai chegar à ponta final – “porque é a ponta que faz”.

“Ter absoluta certeza que a companhia inteira sabe que é um momento importante de otimização dos custos, que isso tem que ser cumprido e quem cumpre é a ponta. Esse passar de informações é o que me deixa ansiosa, que todos nós saibamos o que estamos querendo, para onde estamos caminhando”, comentou, lembrando que além de otimizar custos, o momento é de aumentar a produção de petróleo. “Essa é a prioridade.”

Gatos, samba e futebol
A executiva mais poderosa fora dos Estados Unidos, segundo ranking da revista “Fortune”, contou que tem – e “adora” – quatro gatos; que gosta de beber vinho – “uma, duas, três taças todos os dias” – ; e que gosta de cozinhar – mas só quando tem vontade.  Ela revelou ainda que desfila praticamente todos os anos pela União da Ilha, sua escola do coração, mas que também gosta do Salgueiro, por onde também desfila eventualmente.

Descontraída, Graça falou ainda sobre futebol. “Ontem foi de matar. Eu sou a única botafoguense na minha casa. Os outros são daquele time que nem falo o nome”, disse, referindo-se ao Flamengo que, na véspera, derrotou seu time por quatro a zero.

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