25/02/2015 10h39 - Atualizado em 25/02/2015 20h48

Reservatório de Santa Branca, que abastece o RJ, sai do volume morto

Agora, os quatro reservatórios que abastecem RJ estão no volume útil.
Santa Branca atingiu 0,08% e especialista alerta para o início de estiagem.

Janaína Carvalho e Marcelo ElizardoDo G1 Rio

Vista da represa de Santa Branca, que pertence a Bacia do Paraíba do Sul, em São Paulo, e está com 0,34% de volume útil nesta segunda-feira. A represa pertencente à Light e abastece parte do Rio de Janeiro.  (Foto: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo)Vista da represa de Santa Branca (Foto: Nilton
Cardin/Estadão Conteúdo)

O reservatório de Santa Branca (SP) saiu do volume morto, segundo dados publicaos nesta terça-feira (24) no boletim diário da Agência Nacional de Águas (ANA). Desta forma todos os quatro reservatórios que abastecem o estado do Rio de Janeiro operam no volume útil.

De acordo com a ANA, o nível de água em relação à capacidade do reservatório atingiu 0,08%, já considerado volume útil.

No início de fevereiro, o reservatório de Paraibuna (SP) também já havia saído do volume morto após chuvas elevarem o nível do Rio Paraíba do Sul. Nesta terça, o volume do Paraibuna estava com 1,93% do volume útil, um pouco abaixo da mediçaõ anterior, quando o reservatório atingiu 2,01%.

Especialista alerta que crise hidrológica não acabou
No entanto, a Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro adverte que a população deve continuar economizando água. "Quando a gente sai de um volume morto e volta a ganhar níveis nos reservatórios é melhor, sem dúvida, mas ainda não é uma situação confortável, ainda estamos em uma crise hidrológica. Embora esses reservatórios estejam tendo uma pequena recuperação, o período chuvoso está para acabar em abril ou final de março e entraremos novamente no período de estiagem, onde a quantidade de chuva diminui bastante. Precisamos continuar tendo muita atenção", afirmou o diretor de Distribuição e Grandes Operações da Cedae, Edes Fernandes.

De acordo com Edes, através de uma série de ações simples do dia a dia é possível poupar água, sem perder qualidade de vida. “Nesse primeiro momento, a gente pede que as pessoas economizem água sem perder o conforto, como fechar a torneira ao escovar os dentes, tomar banho e ao se ensaboar fechar o chuveiro. Não é uma água que você está usando, ela está escondo pelo ralo”, disse Edes, ressaltando que outras ações como lavar a calçada com balde e o carro com um pano molhado, evita o desperdício sem perder o conforto e a higiene.

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Raio-X da Bacia do Paraíba do Sul (Foto: Editoria de Arte/G1)

Reservatórios utilizam água do Paraíba do Sul
Os quatro reservatórios – Paraibuna (SP), Santa Branca (SP), Jaguari (SP) e Funil (RJ) – utilizam água do Rio Paraíba do Sul, que passa por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os dois primeiros atingiram o volume morto – parcela de água que precisa ser puxada por bombas – no fim de janeiro.

O reservatório de Santa Branca tem capacidade para armazenar 438,5 bilhões de litros d’água, de acordo com a Agência Nacional de Águas. O valor é a soma do volume útil e volume morto. No caso de Santa Branca, o segundo dado representa 29,93% da capacidade de armazenamento total. Ou seja, o volume morto de Santa Branca tem 131,2 bilhões de litros d’água.

Projeto de dessalinização
Em meio à crise hídrica, o Governo do Rio de Janeiro encomendou um projeto de usina de dessalinização de água a um grupo espanhol, como alternativa para o abastecimento de água do estado. A fábrica teria capacidade para fornecer água a pelo menos um milhão de pessoas.

O anúncio foi feito pelo governador Luiz Fernando Pezão em cerimônia do Comitê Rio 2016. Em 11 de fevereiro, o grupo espanhol se encontrou com representantes da Secretaria de Estado de Ambiente para discutir a proposta. O projeto e seu custo deverão ser apresentado até o fim de março ao governador.

Pezão estuda construir a usina na Zona Oeste do Rio, por meio de uma parceria público-privada (PPP). A empresa que apresentou o projeto atua em 25 países e atualmente constrói usinas na Europa e na Ásia.

Caso o orçamento da fábrica agrade ao governo, Pezão vai estudar o governador vai estudar a possibilidade de construir uma segunda usina em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

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