Economia

BNDES quer entender por que empresários não se interessaram por leilão da BR-262

Rodovia, que liga Espírito Santo a Minas Gerais, não recebeu proposta de nenhum consórcio

RIO - Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou, na tarde desta segunda-feira, que o banco está conversando com empresários para entender por que nenhuma empresa se interessou pelo leilão de concessão da BR-262, entre Espírito Santo e Minas Gerais, que ocorreria na próxima quarta-feira. Coutinho afirmou, contudo, que ainda é cedo para dizer que há pontos do programa de concessões que precisam ser alterados.

— De maneira geral, há interesse das empresas em projetos de infraestrutura. Também deve haver trechos (de rodovias) que sejam mais difíceis que outros — afirmou Coutinho, sem dizer quais seriam os trechos menos interessantes à iniciativa privada.

Ele, contudo, avaliou como positivo o número de oito interessados pela BR-050, entre Goiás e Minas gerais, que será concedida á iniciativa privada nesta quarta-feira, em leilão a ser realizado na Bovespa. Coutinho lembrou ainda da importância do programa de concessões, inclusive para elevação da taxa de investimento no país:

— É possível recuperar (o investimento), nada na vida é irremediável.

Coutinho disse, ainda, que os bancos privados podem atender a um terço da demanda por financiamento dos projetos de concessão de Programa de Investimentos em Logística (PIL), que prevê concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos.

— Temos condições de chegar a um terço de participação dos bancos. Temos essa expectativa. Vamos ver se ela se confirma — disse.

O presidente do BNDES também disse, no seminário da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), que os desembolsos do banco seguem em ritmo forte em setembro, em valores entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões. Segundo ele, os setores de infraestrutura e energia são os principais destaques. Coutinho voltou a comentar a forte oscilação do dólar. Para ele, esse é um desafio de curto prazo mas que, no médio prazo, a economia brasileira vai se beneficiar com uma taxa de câmbio mais competitiva.