Os gritos de Thaísa ecoam no ginásio a cada ataque potente,
a cada bloqueio bem encaixado, a cada saque preciso. A bicampeã olímpica,
porém, tem adotado uma postura mais serena em quadra, mesmo sendo "capitã de primeira viagem", comandando o Osasco em uma temporada pela primeira vez. A central de 1,96m busca liderar pelo
exemplo e passar tranquilidade para suas companheiras para a final da Superliga
de vôlei, neste domingo, às 10h, na Arena da Barra, contra o Rio de Janeiro - a TV Globo e o SporTV transmitem ao vivo a decisão, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.
- Eu não mudei nada em mim pelo fato de ser capitã. Tem
gente que muda. Óbvio que fiquei muito feliz, que quero ajudar, mas é uma coisa
natural. Ser capitã é você mostrar, é ser exemplo, não é ficar fazendo reunião
e falando. Acho que isso não faz diferença. O que faz diferença é o exemplo que
você dá dentro e fora de quadra. É natural. Não precisa ler um livro para
aprender a ser capitã. Quando precisa falar, eu falo, mas acho que em qualquer
lugar o exemplo vale muito mais. A forma de agir vale mais do que mil palavras -
disse a central.
A tranquila Thaísa mostra em quadra sua liderança do Osasco,
sendo uma das principais peças do time, que conta também com Adenízia, Dani
Lins, Camila Brait e a cubana Carcaces. A bicampeã olímpica é uma das mais
eficientes atacantes da equipe (36,73% de aproveitamento) e figura entre as
melhores da Superliga no bloqueio (sexta do ranking, com 25,55% de eficiência)
e no saque (sexta colocada, com 7,97% de sucesso). Fora de quadra, o estilo
sereno também se reflete. Famosa por suas selfies e por exibir online sua boa
forma, Thaísa cancelou seu perfil em uma rede social e minimizou seu lado estrela
na internet, mantendo privado o relacionamento com o empresário Otávio Faccina.
Apesar de a capitã no vôlei ter papel fundamental em quadra,
sendo a única pessoa que pode se dirigir ao árbitro, Thaísa diz levar com
leveza a função. A responsabilidade que carrega não pesa sobre os ombros.
- Acho que a responsabilidade é a mesma, de saber que sou um
dos ícones da equipe, de saber que em momentos difíceis eu vou receber bola e
vou ter de rodar. Tenho de estar ali para jogar, para defender minha equipe. Eu
sempre tentei passar minha experiência. Não é só porque agora sou capitã que
vou falar mais, que vou fazer mais, que vou querer aparecer mais. Pelo
contrário. Acho que a capitã tem de manter a tranquilidade do time, talvez eu
até fale menos do que antes - disse a bicampeã olímpica.
Um exemplo que Thaísa espera dar na final contra o Rio de Janeiro
é minimizar os erros. A capitã apontou isso como uma chave para o Osasco ter
crescido nos playoffs e superado o rival Sesi-SP nas semifinais.
- Acho que paramos para refletir um pouco, porque estávamos
perdendo para nós mesmas. Teve jogo que
saímos com 31 pontos de erros. Ceder essa quantidade de pontos é um absurdo.
Quando começamos a ver esses números, falamos: “caramba, estamos perdendo para
a gente”. Nós nos conscientizamos. Temos de pensar em equipe. Muitas vezes os
erros acontecem, mas precisamos buscar o acerto na final - disse Thaísa.