Economia Defesa do Consumidor

Black Friday vai ter fiscalização em tempo real

No Rio, Procons verificam se promoções são verdadeiras para evitar maquiagem de preços em sites e lojas

Clientes aguardam na fila para pagar as compras em uma loja de brinquedos em Nova York. Black Friday é considerada a maior liquidação anual nos EUA
Foto: John Minchillo / AP
Clientes aguardam na fila para pagar as compras em uma loja de brinquedos em Nova York. Black Friday é considerada a maior liquidação anual nos EUA Foto: John Minchillo / AP

RIO e NOVA YORK - Técnicos do Procon Carioca vão monitorar desde o primeiro minuto desta sexta-feira 15 sites que participam da Black Friday. O objetivo é acompanhar os preços de 60 produtos — quatro de cada site — anunciados na promoção para verificar se os descontos estão de acordo com as ofertas anunciadas. Caso sejam verificadas falhas graves em relação aos preços de eletroeletrônicos, roupas e calçados, entre outras mercadorias, as empresas podem ser notificadas e até multadas com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Já o Procon-RJ, da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, programou para hoje a fiscalização também de lojas físicas, para coibir a “maquiagem” de preços. Ano passado, empresas aumentaram os preços de diversos produtos às vésperas da Black Friday e, no dia da promoção, colocaram novamente os valores originais. Os descontos foram fictícios.

Nos EUA, onde a promoção foi criada, não é muito diferente. Eestudo feito pela Market Track, empresa de monitoramento de preços, para o “Wall Street Journal”, acompanhou a flutuação de preços online de 1.743 produtos em novembro do ano passado. Os preços de um em cada cinco produtos subiram, em média, 8% nas semanas antes da Black Friday; entre brinquedos e ferramentas, o aumento chegou a 23%.

As denúncias de fraudes no Brasil motivaram a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) a criar um Código de Ética para os participantes da promoção nacional. A adesão ao documento é voluntária. O código proíbe manipulações de preços e estabelece que as lojas devem deixar claro no site quais produtos participam da Black Friday. Mais de 60 das 120 lojas que participam da promoção se comprometeram a seguir o código. Elas estão identificadas com o selo “Black Friday Legal”.

Para garantir que os descontos anunciados sejam condizentes com o valor real dos produtos, evitando fraudes, o grupo Buscapé Company, que administra os sites de comparação de preços Buscapé, Bondfaro, SaveMe, QueBarato! e Lomadee, também tomou precauções, e submeteu as ofertas do evento a uma validação. Só são publicadas ofertas de lojistas que tenham mantido regularidade nos preços nos últimos três meses. Além disso, os descontos precisam ser expressivos, o que varia de acordo com o tipo de mercadoria.

Mais do que comparar preços, o que é fundamental, antes de comprar, é importante verifiquem se o site é seguro. No site do Procon-SP há uma lista de 375 endereços na web não recomendados por fraudes contra o consumidor.