03/11/2013 08h15 - Atualizado em 04/11/2013 10h21

Embrapa oferece recomendações para o controle de lagarta na lavoura

Helicoverpa armígera ataca cultivos como tomate, milho, algodão e soja.
Praga já causou prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões aos agricultores.

Do Globo Rural

Helicoverpa armígera é o nome científico da lagarta que foi identificada no Brasil há cerca de um ano e já está causando muito estrago.

A helicoverpa é o que os pesquisadores chamam de um inseto polífago, o que quer dizer que ele é capaz de comer diversos alimentos e pula de uma lavoura para a outra. O bicho chega, no máximo, a três centímetros, mas tem um apetite voraz.

Já há registros da praga em muitos cultivos como tomate, milho, algodão e soja. Segundo a Embrapa, o ano passado, a helicoverpa causou um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões para os agricultores brasileiros.

A informação é uma arma fundamental para o controle da helicoverpa. É preciso conhecer o comportamento da lagarta para poder lidar com ela, por isso, a Embrapa vem treinando técnicos de cooperativas, empresas, fazendas e de outros órgãos governamentais para ajudar o agricultor a lidar com esse problema.

A ideia é que os técnicos levem as informações para todas as regiões produtoras. A pesquisadora Clara Campo, especialista em insetos, conta que a Embrapa está coletando lagartas em diversas regiões do Paraná e descobriu que muitas já saem do campo com sinais de ataque de inimigos naturais. “Estamos no início da safra e nós já temos 30% de parasitismo. Isso é bem diferente, fazia tempo que a gente não via os nematoides atacando”, diz.

O nematoide é um verme que sai de dentro da lagarta. Assim como a mosca e a vespa, ele coloca seus ovos no corpo da helicoverpa e acaba matando a praga. A orientação da Embrapa é fazer o chamado manejo integrado da praga, que deve começar antes mesmo do plantio, como explica o agrônomo e pesquisador Adeney Bueno.

“Muitas vezes, a helicoverpa armígera pode estar naquela vegetação de cobertura que passou o inverno. Se ele tiver essa situação e fizer a dessecação de plantio e o plantio imediato da soja, a planta dessecada começa a morrer, a planta novinha de soja começa a germinar e vai ser o único alimento para a lagarta atacar naquele momento. Por isso, a melhor recomendação para quem não plantou ainda e tem esse problema na área é fazer a dessecação três ou quatro semanas antes de plantar. Com isso, ele vai ter pelo menos 10 ou 15 dias que a área não tem vegetação nenhuma e a lagarta morre de fome”, diz Bueno.

Depois do plantio, a lavoura deve passar por um monitoramento mensal. A prática é que determinará se é necessário fazer o controle com inseticidas.

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