Economia

Galeão: Usuários querem melhorias em questões como serviços, comunicação e limpeza

Insatisfação é comum entre passageiros, que esperam que privatização melhore serviços

Choque. O casal Michel Masson e Marianne Antabi chegam dos Estados Unidos sentindo um baque nos serviços, limpeza e no transporte público do aeroporto.
Foto: Gustavo Miranda
Choque. O casal Michel Masson e Marianne Antabi chegam dos Estados Unidos sentindo um baque nos serviços, limpeza e no transporte público do aeroporto. Foto: Gustavo Miranda

RIO - “Graças a Deus vão licitar isso aqui dia 22”, desabafou Walney Alves Machado diante da falta de sabão, semana passada, em um banheiro do Galeão. A frase do atendente corporativo de turistas, obrigado por ofício a ir diariamente ao aeroporto, sintetiza a insatisfação reinante sobre o Tom Jobim, que deverá ser privatizado em leilão depois de amanhã. Segundo os usuários, os pequenos problemas são os que mais irritam no terminal, considerado “a joia da coroa” do programa de privatização do setor, por ter potencial de voltar a ser a porta de entrada do país.

A expectativa sobre o Galeão é diferente da vivida no leilão de Guarulhos, Viracopos e Brasília, terminais que precisavam de grandes obras de expansão com urgência. No aeroporto internacional do Rio, os problemas são, muitas vezes, de menor escala ou ocorrem por má gestão ou por serviços mal prestados. O mau funcionamento de escadas rolantes e elevadores, sinalização falha e negligência na limpeza são alguns exemplos.

- Estou há meia hora tentando trabalhar enquanto espero o meu voo para Natal, mas está difícil. Não há cobertura 3G, a rede wi-fi de graça é uma piada e não há tomadas aqui no terminal 1, logo ficarei sem bateria - disse a fisioterapeuta Taís de Souza Freitas, que sente mais falta da sinalização viária para chegar ao aeroporto, em obras do BRT, que de fingers , que acabariam com o uso de ônibus no embarque.

A médica Ana Cristina Portugal não lamentou ter de ir, a pé, do Terminal 1 até o 2, para comprar um remédio para o resfriado que enfrentava antes de embarcar para Roma. Ela entende que o antigo terminal está em reforma e que, em breve, uma drogaria será aberta. Também já esperava encontrar algumas esteiras entre os dois terminais sem funcionar:

- No caminho, perguntei a todos os funcionários da Infraero que encontrei se havia farmácia dentro da sala de embarque, mas ninguém soube me responder.

Com o Terminal 2 ainda ocioso, a expansão do Galeão pode ser obtida de forma célere.

- A situação do Galeão é menos complicada que a vivida em Guarulhos. Coisas simples, mas de grande impacto, podem melhorar o conforto do usuário de forma imediata. Acredito que isso possa ocorrer ainda antes da Copa - disse Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral e especialista em logística

O casal Michel Masson e Marianne Antabi chegou de Nova York na quinta-feira passada e sentiu o baque de pousar no Galeão. Eles reclamam que o aeroporto do Rio não é tão limpo, tem menos opções de loja, tudo demora mais. Mas, afirmam, o que mais incomoda é a falta de transporte público:

- Estamos cheios de malas e não há metrô, trem. Nem ônibus onde se possa ir com muita bagagem. Ficamos reféns dos taxistas, que cobram muito mais caro que no resto da cidade. Esse é o maior choque - disse Marianne.