Depois de subir na véspera, puxada pela valorização das ações da Vale e Petrobras, a BM&FBovespa opera em queda nesta terça-feira (5). Às 16h07 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,82%, para 53.990 pontos. Veja cotação
Nesta sessão, as bolsas europeias fecharam em queda e as nova-iorquinas operavam próximas da estabilidade, na sequência de duas sessões de ganhos e aguardando indicadores sobre a saúde da economia dos Estados Unidos mais tarde esta semana.
"A tendência de ganhos lá fora perdeu força, após máximas históricas terem sido atingidas nos EUA. Também estamos tendo uma pausa para respirar nos últimos dias", afirmou o sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, em entrevista à agência Reuters.
Ainda no cenário externo, repercutiam declarações do primeiro-ministro da China, Li Keqianq, alertando o governo contra afrouxar ainda mais a política monetária.
No cenário doméstico, a deterioração do cenário fiscal, que contribuía para a alta de mais de 1% do dólar, gerava pessimismo entre investidores. O resultado primário deficitário de setembro, divulgado na semana passada, foi o pior para o mês na série histórica do Banco Central.
"A bolsa está trabalhando em cima de uma linha de suporte de tendência de alta traçada recentemente. Mas muito ainda se fala da situação do Brasil em termos do desempenho econômico. (...) Uma tomada de decisão mais definitiva fica muito incerta. O mercadoestá lateralizado há quatro dias", afirmou o analista Leandro Silvestrini, da Intrader.
No início desta tarde, papéis de instituições bancárias eram a principal influência negativa sobre o Ibovespa, com destaque para Itaú Unibanco e Banco do Brasil. A Cielo, que divulgou seu balanço na noite da véspera, também aparecia entre as maiores pressões de queda.
A rede de meios de pagamento teve crescimento de 17% no lucro líquido do terceiro trimestre ante igual período do ano anterior, mas registrou compressão nas margens.
Segundo analistas da Planner, apesar do resultado consistente, "uma realização de lucros em função daforte valorização dos papéis este ano (de 50,8% até o fechamento de segunda-feira) não pode ser descartada".
BR Properties também recuava após divulgar seu balanço, em que anunciou queda de 65% no lucro do terceiro trimestre. Apareciam ainda entre as principais quedas Marfrig, MMX, Brookfield e MRV.
No sentido contrário, destacava-se a ação da Light, após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar nesta terça-feira aumento médio de 3,65% nas tarifas da distribuidora fluminense a partir do dia 7 de novembro. Embraer também estava entre as maiores altas do dia.
No dia anterior, o principal índice da bolsa de valores subiu 0,78% e fechou aos 54.436 pontos.