20/05/2015 12h01 - Atualizado em 20/05/2015 13h30

Moradores e ciclistas protestam contra morte na Lagoa, no Rio

'Não mereço ser esfaqueado. Luto', diz cartaz fixado no local do crime.
População reclama de insegurança e falta de policiamento.

Janaína CarvalhoDo G1 no Rio

Arte local onde médico foi esfaqueado (Foto: Arte/G1)

Ciclistas e moradores da região da Lagoa, na Zona Sul do Rio, estão chocados com a morte do médico Jaime Gold, de 57 anos, nesta quarta-feira (20), após ser esfaqueado durante o roubo de sua bicicleta na noite anterior. No fim da manhã desta quarta-feira (20), o estudante de psicologia e ciclista Alexandre Azevedo Rodrigues esteve no local e colocou um cartaz numa grade no entorno da Lagoa com a mensagem: "Não mereço ser esfaqueado. Luto".

Não mereço ser esfaqueado, dizia um cartaz afixado na Lagoa, próximo ao local onde o ciclista foi esfaqueado na noite da terça (19) (Foto: Janaína Carvalho/ G1)Não mereço ser esfaqueado, dizia um cartaz afixado na Lagoa, próximo ao local onde o ciclista foi esfaqueado na noite da terça (19) (Foto: Janaína Carvalho/ G1)
Carlos Henrique Pinto Guimarães,  morador do Jardim Botânico, atribui à sorte o fato de nunca ter sido alvo de criminosos na Lagoa (Foto: Janaína Carvalho/ G1)Carlos Guimarães atribui à sorte nunca ter sido
assaltado
(Foto: Janaína Carvalho/ G1)

"A nossa segurança está falida e a gente vem sofrendo. A gente tem o direito de se locomover. Não merecemos ser atropelados e agora não merecemos ser esfaqueados. Toda a comunidade de ciclistas está de luto na internet. Não tem polícia para tomar conta de todos os lugares", afirmou o estudante.

Moradores da região também reclamaram da insegurança. "Venho correr aqui à noite com um grupo de, no mínimo 20 pessoas, pois sinto mais segurança. Hoje, como sabia que ia ter polícia aqui, trouxe ela [a filha] para andar de bicicleta. Só depois que alguém morre e que vemos polícia", criticou a empresária Marcela Tenório, de 42 anos.

Apesar de nunca ter sido vitima de assalto, o morador do Jardim Botânico – bairro vizinho à Lagoa – Carlos Henrique Pinto Guimarães, que caminha pelo local diariamente, atribui à sorte o fato de nunca ter sido alvo de criminosos. "A gente sempre ouve falar que roubaram bicicleta e celular. Eu costumo vir pela manhã, no máximo até duas da tarde", afirmou.

Mãe e filha tomam precauções ao andar de bicicleta no entorno da Lagoa (Foto: Janaína Carvalho / G1)Mãe e filha tomam precauções ao andar de bicicleta no entorno da Lagoa (Foto: Janaína Carvalho / G1)

Para a economista Tânia Resende, de 61 anos, a questão da insegurança está ligada a outras situações. "A gente está sentindo o que está acontecendo com a economia nos nossos bolsos. Isso também afeta as classes menos favorecidas", garantiu.

 

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