07/11/2013 16h35 - Atualizado em 07/11/2013 16h53

Vale ainda tem programa extenso de desinvestimento a cumprir

Murilo Ferreira e demais executivos falaram sobre resultados da empresa.
Presidente disse que desinvestimento não será feito a qualquer preço.

Do G1, em São Paulo

A Vale tem “um programa extenso ainda a cumprir em relação ao desinvestimento”, como parte dos esforços para cortar custos e reduzir despesas, afirmou Murilo Ferreira, presidente da empresa, durante teleconferência com jornalistas realizada nesta quinta-feira (7).

Segundo ele, a empresa está totalmente focada em ativos como minério de ferro, manganês, níquel, cobre, entre outros, e que há outros ativos que estão dissociados do “coração” da companhia e que podem, por exemplo, ser conduzidos de forma mais eficiente por outras empresas.

“Mas isso não é uma situação que faremos o desinvestimento a qualquer preço. Vamos fazer isso com toda a prudência, não fazendo operações que possam trazer depreciação para os nossos ativos, porque isso é fundamental para nós", disse Ferreira.

Na noite de quarta-feira, a Vale anunciou que teve lucro líquido de R$ 7,949 bilhões no terceiro trimestre deste ano, resultado que representa mais que o dobro do valor obtido em igual período de 2012, de R$ 3,321 bilhões.

No acumulado do ano, a Vale destacou a redução de R$ 5 bilhões em custos e despesas em relação ao mesmo período do ano passado com a queda dos custos operacionais de R$ 1,090 bilhão (3,4%), das despesas com vendas, gerais e administrativas de R$ 1,989 bilhão (41,6%) e das despesas com pesquisa e desenvolvimento de R$ 821 milhões (41,8%).

Questionado se há espaço para ampliar ainda mais este valor de R$ 5 bilhões em redução de gastos, Murilo Ferreira disse que a Vale está muito focada em ser uma empresa mais eficiente e, por isso, precisa trabalhar com mais austeridade.

"É um programa de austeridade, com muita simplicidade. Uma empresa que tem que ser eficiente, a baixo custo", disse. "No caso dos custos das empresas funciona mais ou menos assim: se você se distrai um pouco, as coisas começam a crescer e depois o processo de redução é sempre muito complexo. Mas achamos que existe oportunidade (para aumentar a redução dos gastos)."

Refis
Em relação à adesão da Vale ao programa de parcelamento de dívidas tributárias do governo brasileiro – o Refis –, Ferreira afirmou que ainda aguarda para ver como será o conteúdo da nova legislação a vigorar a partir de 2014 e, quando tiver todos os elementos em mãos, a diretoria executiva precisaria de mais uns 10 dias para solicitar ao conselho uma deliberação. O Refis tem prazo de adesão até dia 29 deste mês.

"Não é uma decisão fácil, não é uma decisão trivial. (...) Temos que apresentar todas as análises muito bem feitas, temos que apresentar todos os méritos e deméritos de cada decisão. Sempre que nos oferecem alguma coisa, acho que é mais difícil recusar. Até para dizer o não, nesse caso do Refis, temos que fazer uma análise muito profunda", afirmou.

A Vale tem questionado na Justiça multas bilionárias aplicadas pela Fazenda com relação a incidência de lucros no exterior. Outras empresas brasileiras com operações em outros países têm discutido o mesmo, destaca a agência Reuters.

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