Surfe

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por Rico de Souza

Aloha amigos,

Nasci no Leblon e comecei a surfar em 1964 com pranchas de madeira, as famosas madeirites. Pra eu comprar essa prancha eu vendi jornais, garrafas, tampas de alumínio das garrada de leite e chumbo das demolições das construções que haviam no Leblon e Ipanema. Assim comprei também a minha primeira prancha de surf São Conrado de fibra de vidro, em 1966, numa época em que o surf era romântico e a tribo ainda era pequena e surfava no Leblon, Ipanema e no Arpoador.

Na época deveriam ser cercas de 200 a 300 surfistas no máximo no Rio de Janeiro. Considero essa época como espetacular, uma época de ouro onde curti a minha adolescência.



Mais tarde, em 72, fui campeão brasileiro em Ubatuba e tive a oportunidade de ir disputar o mundial na Califórnia, em San Diego, e depois realizar o grande sonho minha vida: ir para o Hawaii.

Quando voltei da temporada havaiana estávamos no auge da temporada do Píer de Ipanema, quando o surf estava crescendo e virando moda no Brasil. Com a minha ida à Califórnia e Hawaii pude enxergar que o surf iria crescer e se desenvolver por aqui devido ao grande litoral que temos, com cerca de 7.000 km, além de um clima agradável e um povo talentoso.

Cerca de 40 anos depois fico muito orgulhoso e feliz de ver a nova geração de surfistas brasileiros brilhando no circuito mundial. Eles são verdadeiros heróis! O campeonato que aconteceu na Barra, o Oi Rio Pro, virou um marco no surf brasileiro e no surf mundial.



Não posso perder a oportunidade para parabenizar a todos que contribuíram para a crescimento desse esporte, como o Pepe, Daniel Friedman, Ricardo Bocão, Picuruta Salazar, Teco Paradatz, Otavio Pacheco, Fábio Gouveia e muitos outros que ficaria impossível de listar sem cometer o erro de esquecer alguém. Mas quero parabenizar a todo que contribuíram de alguma forma.

Com o título mundial de Gabriel Medina, Adriano de Souza Mineirinho na liderança do tour e com Filipe Toledo em segundo temos a grande mídia apoiando o surf e fazendo desta atletas da geração “brazilian storm” verdadeiros heróis.



E com tudo isso acontecendo, todo esse glamour no surf, existe um lado muito importante que eu não poderia deixar de destacar: o simples esporte Surf. É ele que dá muitas alegrias a milhares de brasileiros, seja você um surfista aprendiz, um surfista amador, profissional ou apenas um “paneleiro” que desliza sobre as ondas. O prazer de surfar, o prazer de estar integrado na natureza, de conhecer novas praias, novas culturas, fazer novos amigos, faz com que o Surf seja um esporte completo.

E como já dizia Duke Kahanamoku, o pai do surf, um campeão olímpico de Natação (em torno de 1920) que levou o surf para a Austrália e a Europa, “o melhor surfista do mundo é aquele que mais se diverte”.



Quando praticamos surf, nos alimentamos bem, dormimos bem e adquirimos hábitos saudáveis. A vida fica colorida e costumo falar “Surf is great, life is great” (O Surf é maravilhoso e a vida maravilhosa).

Quero dizer pra vocês que me orgulho de ser surfista e quero deixar um abraço especial a toda tribo do surf que é uma tribo mais do que especial.



Aloha e boas ondas,

Rico de Souza

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