06/08/2013 14h48 - Atualizado em 06/08/2013 15h14

'Nova' poupança pode voltar render mais de 6,17% ao ano no fim do mês

Isso se deve à previsão de que Selic suba para 9% ao ano no fim do mês.
Quase 110 milhões de pessoas tinham poupança no fechamento de 2012.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Poupança com Selic a 8,5% (Foto: Editoria de Arte/G1)

Após cerca de 15 meses, a caderneta de poupança pode voltar, no fim de agosto, a registrar um rendimento de 6,17% ao ano independentemente da variação da Taxa Referencial (TR).

Isso acontece porque a expectativa do mercado financeiro é que os juros básicos da economia brasileira, fixados pelo Banco Central, subam dos atuais 8,5% para 9% ao ano em 28 de agosto – quando se reúne o Comitê de Política Monetária (Copom) da autoridade monetária.

Em maio do ano passado, o governo mudou as regras de remuneração da poupança. O rendimento passou a ser atrelado aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica fixada pelo Banco Central estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Isso para aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante (nova poupança).

Como os juros básicos estão, atualmente, justamente em 8,5% ao ano, o rendimento da caderneta de poupança, para as "novas aplicações", está em 5,95% ao ano, mais a variação da taxa referencial – que está em zero ou pouco acima disso (rendendo, somente para alguns vencimentos, 6,17% ao ano).

Se a taxa avançar para 9% ao ano, conforme ampla expectativa do mercado financeiro, no fim de agosto, o rendimento voltará a ficar em, pelo menos, 6,17% ao ano (0,5% ao mês), mais TR, para todos os vencimentos.

Atratividade da poupança
"Toda vez que a Selic sobe, você torna atrativos os fundos de renda fixa. Mesmo com a subida do juro básico, no fim deste mês, que vai fazer com que os fundos passem a ter mais valorização, a poupança vai continuar se destacando porque não tem Imposto de Renda e nem e taxa de administração. Os fundos são atrativos quando a taxa de administração é inferior a 1,5%, o que geralmente acontece para aplicações acima de R$ 50 mil. Quando a taxa de administração dos fundos é acima de 1,5%, eles perdem para a poupança", avaliou o vice-presidente da Associação de Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.

Rendimento de 6,17% ao ano
A taxa básica de juros da economia está em 8,5% ao ano, ou abaixo disso, desde 31 de maio de 2012. Deste modo, o rendimento da poupança, para as aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante, deve ficar, na grande parte dos casos, abaixo 6,17% ao ano por cerca de 15 meses – caso a previsão do mercado financeiro de alta dos juros básicos para 9% ao ano no fim de agosto se confirme.

Em sua página na internet, o BC revela que há alguns casos em que a poupança rendeu um pouco mais de 0,5% ao mês, ou de 6,17% ao ano. Isso aconteceu quando a TR ficou maior do que zero. Entre 31 de maio de 2012 e o fim de julho de 2013, por exemplo, isso aconteceu em 16 vencimentos.

Entre 11 de junho de 2012 e 10 de julho do ano passado, foi registrado rendimento acima de 6,17% ao ano (com a inclusão da TR) em oito vencimentos. O mesmo fato voltou a acontecer neste ano, mas somente quando os juros básicos da economia atingiram 8,5% ao ano em 10 de julho. As remunerações da poupança obtidas em 15, 16, 17 e 18 de julho, assim como em 22, 23, 24 e 25 de julho (se mantidas por um mês), também renderão 6,17% ao ano.

Número de poupadores
Dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), consolidadas pelo Banco Central, mostram que a caderneta de poupança continua atraindo milhões de pessoas. No fim de 2012 (último dado disponível), 108,9 milhões de pessoas possuíam valores depositados na caderneta de poupança. Os números mostram que houve crescimento no ano passado, mesmo com a alteração nas regras do rendimento da poupança, visto que, no fechamento de 2011, o número de poupadores estava em 97,9 milhões de pessoas.

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