06/08/2013 12h08 - Atualizado em 06/08/2013 12h10

Confiança recua e consumidor está mais cauteloso que há um ano

Indicador da ACSP atingiu 137 pontos em julho, contra 149 em 2012.
Inflação, volatilidade cambial e alta dos juros aumentam incertezas.

Do G1, em São Paulo

O nível de confiança do consumidor brasileiro ficou praticamente estável em julho, mas apresentou queda em relação a igual mês do ano passado. O Índice Nacional de Confiança (INC) marcou 137 pontos no mês passado, contra 138 em junho e 149 em julho do ano passado, conforme pesquisa divulgada nesta terça-feira (6) pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

“Os dados de julho revelam que a incerteza na economia está maior que há um ano em razão da inflação, da volatilidade cambial e da elevação dos juros pelo BC”, disse, por meio de nota, o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato. “Desta forma, o consumidor se mantém cauteloso quanto à compra de bens duráveis, principalmente de prazos mais longos.”

Classe
De acordo com a pesquisa, a classe C segue sendo a mais otimista, mas o resultado indica ligeira queda, de 142 pontos em junho para 140 em julho.

A classe AB também apresentou queda, de 132 pontos em junho para 130 pontos em julho. As classes D e E apresentaram queda ligeiramente menor, de 122 pontos para 121, na mesma base de comparação.

Regiões
O levantamento indica que as regiões Norte e Centro Oeste são as mais otimistas, com 179 pontos em julho contra 151 em junho. A razão desse maior otimismo é o recorde das safras de grãos nessas regiões, de acordo com a ACSP.

Para o Sudeste, o INC registrou 144 pontos – leve queda sobre junho, quando marcou em 146 pontos.

Na região Sul foram registrados 127 pontos em julho contra 139 em junho. Para a associação, esse desempenho pode ter sido resultado da forte onda de frio no final de julho, que afetou as colheitas.

Na região Nordeste, o INC registrou leve alta, com 122 pontos em julho ante 121 em junho. Cenário estável, mas ainda impactado pela grande seca que assola a região. 
Situação financeira atual e futura

A situação financeira do consumidor brasileiro registrou melhora. Em junho, 45% dos entrevistaram consideraram boa sua situação financeira. Essa porcentagem passou para 48% dos entrevistados em julho.

Já a situação financeira futura dos entrevistados não sofreu alteração de junho para julho, ficando em 49%. Mas está bem abaixo da situação de um ano atrás, já que, em julho de 2012, 54% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa opinaram que sua situação financeira ia melhorar.

Variáveis
Em julho, 38% dos entrevistados se sentiam seguros no emprego, contra 36% em junho. Já em julho de 2012, os que se sentiam seguros eram 44%.

O número de pessoas conhecidas dos entrevistados que perderam o emprego subiu de 3,4 pessoas em junho para 3,5 pessoas em julho, com leve alta, confirmando os dados mais recentes divulgados pelo IBGE. 

O números de consumidores que se sentiam inclinados a comprar eletrodomésticos sofreu ligeira queda, com 42% em julho contra 44% em junho. Há um ano, os favoráveis à compra eram 50% dos entrevistados, ou seja, a queda foi significativa –isso em razão da atual cautela do consumidor.

Com relação aos bens de maior valor (carros, imóveis), os que estavam mais receptivos para comprar em julho eram 30% e 42% estavam menos à vontade. Deve-se destacar que, há seis meses, 36% se sentiam inclinados a comprar e 32% menos à vontade, invertendo a situação.

“Em síntese, apesar de a situação financeira atual ter apresentado ligeira melhora de junho para julho, o consumidor vê com cautela o futuro de sua situação financeira pessoal. E se sente menos à vontade para comprar bens duráveis, principalmente com prazos mais longos”, destaca a pesquisa.

O INC varia entre 0 e 200 pontos, sendo que 200 representa o otimismo máximo. O indicador é obtido a partir de mil entrevistas domiciliares realizadas todos os meses, em nove regiões metropolitanas e em 70 cidades do interior brasileiro.

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