24/07/2013 23h06 - Atualizado em 24/07/2013 23h11

Prefeitura de Porto Alegre anuncia estudo para contenção de gastos

Prefeito José Fortunati admite dificuldades financeiras do Executivo.
Segundo CNM, mais da metade das prefeituras do RS estão endividadas.

Do G1 RS

A capital dos gaúchos está no vermelho. Endividada, a prefeitura de Porto Alegre determinou nesta quarta-feira (24) um estudo das finanças municipais para medidas de contenção dos gastos. Estão previstos cortes profundos no orçamento do município em 2013.

A avaliação será realizada pelas secretarias de Planejamento Estratégico e Orçamento, Fazenda, Gestão e Governança. Segundo o prefeito José Fortunati, o relatório irá apontar o volume de recursos a ser contingenciado, assim como as áreas passíveis de ajuste.

“Nós tivemos um estrangulamento nas finanças, próprias ou de repasses, e acabamos assumindo mais compromissos a cada ano do que deveríamos assumir”, justifica o prefeito. “Nós teremos que equalizar nosso orçamento para 2013. Por isso, vamos fazer um estudo para ver o que é possível cortar”, acrescenta Fortunati.

Além de enxugar as finanças, a capital também terá atrasos em algumas obras. Previsto para ser implantado antes da Copa do Mundo, o sistema de ônibus de trânsito rápido (BRT, na sigla em inglês) não ficará pronto antes do Mundial, conforme confirmou a prefeitura na terça-feira (23). 

Os corredores das avenidas João Pessoa, Bento Gonçalves e Protásio Alves ficarão prontos a tempo, mas o mesmo não ocorrerá com os veículos, as estações e os terminais, que ainda estão na fase de projeto, sem abertura de licitação. Segundo a prefeitura não falta dinheiro, mas tempo para resolver tantos problemas.

A Secretaria de Gestão diz que a grande quantidade de obras, a retirada de árvores, disputas judiciais e a falta de areia no mercado seriam as principais dificuldades. Na duplicação da Avenida Tronco, na Zona Sul, por exemplo, o problema é a transferência das famílias que moram lá para outros locais.

“Não teve empresas interessadas em construir essas casas e isso atrasou a construção. Assim, nós não temos porque retirar as famílias e deixar desabrigadas até que estivesse pronto a nova casa”, diz o secretário de Gestão, Urbano Schmidt.

Assim como na capital, a dificuldade financeira se repete na maior parte do estado. Segundo balanço da Confederação Nacional dos Municípios, mais da metade das 497 prefeituras gaúchas estão endividadas. A falta de recursos prejudica principalmente as obras e a compra de equipamentos.

A CNM diz que as causas são o aumento de despesas acompanhado da queda na arrecadação. Só para cidades gaúchas, a União deve R$ 1,6 bilhão dos chamados restos a pagar, dinheiro referente a projetos aprovados pelo governo federal e que não receberam toda a verba prometida. Em 2013, também deve cair o repasse do Fundo de Participação dos Municípios.

“Quanto que o Fundo manda para o município ter uma creche de turno integral na prefeitura? R$ 300 aproximadamente no Rio Grande do Sul por mês. Uma criança custa R$ 800. De onde sai esse dinheiro para pagar a diferença?”, questiona o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

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