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Treino no verão: saiba minimizar
o problema do calor e da umidade

Opte por correr na esteira, trilha ou perto da água, reduza a intensidade e apostem em roupas que favoreçam a transpiração e tenham cores claras

Por Rio de Janeiro

Mulher após corrida demonstrando cansaço (Foto: Getty Images)Reduzir a intensidade e optar por cores mais claras
reduzem a sensação de calor (Foto: Getty Images)

Nessa última semana, algumas cidades do Brasil ficaram entre as mais quentes do mundo. E não tem jeito, performance e temperatura elevadas não combinam. E não é só o calor que atrapalha as corridas de verão, a umidade também é um problema. É importante você saber quantos graus estará fazendo na hora do seu treino, mas a umidade relativa (UR) do ar que vai influenciar em como você vai se sentir. Algo em torno de 70 a 80% pode elevar bastante a sensação térmica.

Os atletas de ponta têm o cuidado de observar a temperatura e a umidade do local no dia da prova. De uma maneira geral, algo em torno dos 14 graus com uma umidade na casa dos 50% se torna um palco interessante para esses atletas quebrarem recordes. Da mesma forma que uma temperatura na casa dos 30 graus com UR de 70% pode fazer com que esses mesmos atletas tenham uma queda de desempenho de 10, às vezes até 20%. Imagine o que isso não faz com a gente, meros mortais.

Não fique chateado se você mora numa dessas cidades onde o clima ficou bem pesado e não conseguiu render na sua semana de treinos. Quando você corre, a temperatura do seu corpo sobe naturalmente, seu organismo produz gotas de suor para levar o calor gerado pela atividade para a superfície da pele, e lá elas evaporam (e elas precisam evaporar para que esse processo seja completado). Mas com uma UR elevada, esse processo de evaporação é prejudicado, por isso você tem aquela sensação de que está encharcado de suor. Logo, mais calor permanece em você, diminuindo o seu rendimento.

Talvez os iniciantes fiquem mais vulneráveis a essa condição de estresse térmico, provavelmente pela pouca experiência em dosar o ritmo nessa situação. Os mais experientes provavelmente já erraram a dosagem do ritmo em algumas provas com condições estressantes, e agora estão mais espertos pois já entenderam que têm que tirar o pé mesmo. Vale lembrar que quanto maior for a massa corporal do corredor, maior é a carga carregada e mais calor o seu corpo gera, facilitando o superaquecimento. E com o passar dos anos, seu corpo tende a se tornar menos adaptável ao calor, reduzindo a capacidade de se resfriar com eficiência.

E o que você pode fazer para continuar treinando e minimizar esse problema do calor e da umidade? Algumas sugestões:

- Treine na esteira, só não fique dando sopa com a camisa molhada no ar condicionado depois do treino. Seque-se e troque por uma seca.

- Opte por uma corrida na trilha ou perto da água (essas superfícies absorvem menos o calor e lagos e rios oferecem entornos mais frescos).

- Reduza a intensidade do seu treino fazendo algumas ou mais caminhadas.

- Aposte em roupas que favoreçam a transpiração, opte por cores claras (pois absorvem menor quantidade de raios solares).

- Use viseira, seu corpo libera calor pela cabeça e um boné (que cobre o couro cabeludo) pode atrapalhar esse processo.

- Caso se encontre numa situação com pouca água e você tenha que escolher entre beber e jogar na cabeça, opte pela primeira opção, aposte na hidratação.

Nosso corpo, aos poucos, vai se adaptando ao calor e a umidade, e isso gera menos desconforto no final do verão. Mas fique atento aos primeiros sinais de exaustão: fadiga, náusea, tontura, dor de cabeça e confusão mental. Pare o exercício se sentir algum deles, mesmo se ainda não tiver acabado o seu treino ou a sua prova.

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* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

Gustavo Luz Távora (Foto: Editoria de Arte / EUATLETA.COM)