Brigando para sair da zona de rebaixamento, Ceará e Santa Cruz prometiam
um duelo acirrado na Arena Castelão. No entanto, o que se viu em campo
excedeu qualquer expectativa. Em um jogo repleto de reviravoltas, o
campeão da Copa do Nordeste e o campeão pernambucano empataram em 3 a 3,
com direito a expulsão, erro de arbitragem e não apenas um, mas dois
gols nos acréscimos da partida. Com o resultado, as duas equipes não se moveram na tabela de classificação: Tricolor permanece na 18ª, enquanto o Vovô, na 19ª posição.
Jogando em casa e precisando vencer foi o Ceará quem tomou a iniciativa
da partida. Logo aos três minutos o atacante Marinho chutou forte, de
canhota, assustando o goleiro Fred, que conseguiu espalmar bem para a
lateral. O Vovô era nitidamente mais consciente em campo, acertando mais
passes enquanto o Santa Cruz sentia bastante dificuldade para fazer a
bola girar no meio de campo.
A superioridade alvinegra quase é convertida em gol pelo meia
Ricardinho, aos 20 minutos, que finalizou com perigo após receber um
passe primoroso de letra aplicado por Marinho. Na primeira vez que o
Tricolor conseguiu tramar uma boa jogada, Anderson Aquino deu uma bela
enfiada para Nathan, que invadiu a área em velocidade e foi derrubado
pelo goleiro Tiago Campagnaro. Pênalti marcado pelo árbitro Wasley Leão e
cartão vermelho para o arqueiro cearense. Anderson Aquino cobrou bem e
abriu o placar para a Cobra Coral.
Apesar de sair atrás no marcador e ainda perder um jogador quando
estava melhor na partida, o Ceará não se abateu e rapidamente chegou ao
empate com Roger Gaúcho, que completou para o gol, concluindo um ótimo
cruzamento de Marinho.
Na volta para o segundo
tempo, o Santa Cruz chegou a marcar mais uma vez com Anderson Aquino,
após cruzamento de Bruninho, mas o atacante estava em posição de
impedimento e o lance foi anulado. A jogada serviu como um ensaio do que
viria a seguir. João Paulo cobrou falta pela direita e Aquino chegou
completando de cabeça para colocar o Tricolor mais uma vez na frente. Desta vez, valeu.
Depois
de acertar no primeiro lance polêmico do jogo, o árbitro Wasley Leão
errou feio. Fabinho, do Ceará, arriscou um voleio na entrada da área e a
bola bateu no antebraço de Nininho, que estava colado ao corpo. Pênalti
convertido por Marinho, para deixar tudo igual novamente.
O Vovô teve a chance de passar à frente nos pés de Uillian Correia, aos
41 minutos, que emendou um cruzamento de primeira e fez a bola explodir
no travessão de Fred.
Montanha russa
Não bastasse toda a emoção vivida durante o tempo regulamentar, os
acréscimos reservaram um verdadeiro teste para o coração de alvinegros e
tricolores. Aos 45 minutos, Luisinho, acionado por Marcelo Martelotte
na vaga de Renatinho saiu cara a cara com o goleiro Luis Carlos. Na disputa, a bola
sobrou para Waldison, que entrou na vaga de Anderson Aquino, e fez aquele
que parecia o gol da vitória coral, na estreia do técnico Marcelo
Martelotte.
O Santa não contava que o
endiabrado Marinho teria direito a seu último ato. O camisa 10 pegou a
bola na intermediária, limpou um marcador, puxou para a esquerda e
soltou a bomba. A bola quicou na frente de Fred antes de balançar as redes e
dar números finais à partida. Cambalhota, camisa arrancada do corpo e
vibração do homem do jogo. E que jogo!
O Ceará volta a campo pela Série B na próxima sexta-feira (26), às 21h,
contra o Oeste, no interior paulista. Um dia depois, o Santa Cruz encara
o Sampaio Correia, no Arruda, às 16h30.