03/09/2013 13h06 - Atualizado em 03/09/2013 13h55

Compra da Nokia traz vantagem de produção local à Microsoft Brasil

Compra da unidade de celulares da Nokia é positiva no país, diz IDC.
Windows está em 3º no mercado mundial de sistemas para smartphones.

Daniela BraunDo G1, em São Paulo

Com a compra da divisão de celulares da finlandesa Nokia pela Microsoft por US$ 7,2 bilhões, anunciada nesta terça-feira (3), a Microsoft Brasil ganha a vantagem da fabricação local ao ingressar no crescente mercado local de smartphones- que já superou o de celulares simples. Desde 1998, a Nokia, que tem 2 mil funcionários no país, conta com uma fábrica na Zona Franca de Manaus.

“É uma movimentação interessante e positiva para o mercado brasileiro”, afirma Bruno Freitas, analista  de mercado da consultoria IDC Brasil destacando a fabricação local como um ganho na aquisição. “Agora é questão de trabalhar marketing, portfólio e posicionamento de produto, que também são os desafios dos outros fabricantes”, observa.

Além, da fábrica em Manaus, criada em 1998, a Nokia conta com unidades industriais no México, na China, Coreia do Sul, Hungria, Índia e Vietnã.

Procuradas pelo G1, as subsidiárias brasileiras da Nokia e da Microsoft responderam que não vão se pronunciar sobre a aquisição mundial anunciada nesta terça-feira. A operação local da Microsoft conta com 800 colaboradores.

Com a aquisição mundial da divisão de celulares da Nokia, a Microsoft passa a contar com um braço próprio de produtos para expandir sua oferta de software e serviços. O movimento segue a estratégia do Google, que comprou a Motorola, no ano passado, para ganhar força frente à Apple, que sempre trabalhou software e hardware de forma integrada.

“Há uma transformação no mercado”, diz Freitas. “Antigamente, um computador pessoal tinha um componente de software, design mediano e grande parte focada em hardware. Hoje estamos falando mais de software, serviços e conectividade. O dispositivo é um veículo que permite um ganho de eficiência e acesso a conteúdo, mas o que esta além dele é o que realmente importa”.

O anúncio, segundo o analista, também se encaixa na estratégia de unificação da Microsoft apresentada pelo CEO Steve Ballmer em julho e que deve ter continuidade quando o executivo se aposentar, nos próximos 12 meses.

“A Microsoft fez uma tentativa de entrar na área de dispositivos com o [tablet] Surface, mas até então era um player de software”, observa o analista. Embora tivesse uma certa folga com o sistema operacional Windows para PCs, a empresa precisava fazer uma transição para novas plataformas iniciada pelos concorrentes iOS, da Apple, e Android do Google. “Eles precisam fazer essa transição para algo que vai impactar no futuro, especialmente nos próximos dez anos”, conclui o analista.

Terceiro do mercado
O Windows Phone é o terceiro sistema operacional mais usado em smartphones com 3,7% de participação ou 8,7 milhões de aparelhos vendidos mundialmente no segundo trimestre do ano, segundo dados da IDC. Somente dos smartphones com Windows, a Nokia foi responsável pela venda de 7,1 milhões de unidades no período e ficou com 81,6% de participação. Na sequência está a Samsung, que vendeu 1 milhão de smartphones com o sistema da Microsoft entre abril e junho e conta com 11,5% deste segmento.

O Android é o líder isolado dos sistemas operacionais para smartphones. A plataforma do Google embarcou em 187,4 milhões de celulares inteligentes no período e passou a contar com 74% do mercado – um crescimento de 73,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O iOS, da Apple, ficou em segundo lugar com 31,2 milhões de iPhones entre abril e junho deste ano e 13,2% do mercado, o que mostra avanço de 20% em relação ao segundo trimestre de 2012.

A Nokia não está entre os cinco maiores do mercado de smartphones, que tem como líder a Samsung, seguida por Apple e LG. Considerando todos os modelos de celular, incluindo os chamados 'feature phones', a Nokia está na segunda posição, com 14% do mercado. Em primeiro lugar está a Samsung, com 26,2% de participação.

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