18/11/2013 07h00 - Atualizado em 18/11/2013 07h01

Agricultores testam viabilidade do trigo irrigado em propriedades de MT

Custo por hectare irrigado varia de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil.
É preciso cuidado principalmente no período de plantio.

Do Globo Rural

O trigo, comum em regiões de clima mais frio, começa a ganhar espaço em Mato Grosso. A Empresa Estadual de Pesquisa e Extensão Rural testa o grão em vários municípios. Os experimentos com irrigação surpreenderam agricultores e pesquisadores.

A área de trigo irrigado ainda é pequena na propriedade do agricultor Lino Ambiel em Nova Mutum. O hectare serve também de experimento. Este é o terceiro ano que o agricultor investe na cultura. “O primeiro ano deu em torno de 50 sacos por hectare. No segundo ano, deu em torno de 60 sacos. Esse ano, a expectativa é dar uns 70 sacos por hectare”, diz.

Em Mato Grosso, o custo por hectare irrigado varia de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil. Para garantir boa produtividade é preciso cuidado principalmente no período de plantio.

O agrônomo Hortêncio Paro, pesquisador da Empaer, estuda a cultura há mais de 30 anos e garante que é possível cultivar trigo irrigado com sucesso em Mato Grosso. “Hoje, nós estamos com a 13 graus de latitude e com 400 metros de altitude produzindo trigo”, diz.

Apesar dos resultados, poucos agricultores investem em trigo no Estado. No ano passado, foram plantados em Mato Grosso menos de 300 hectares de trigo. A área plantada não atende a 5% da demanda.

O trigo que chega ao moinho em Cuiabá vem dos Estados Unidos. Hoje, o país é o principal fornecedor da empresa que também compra o grão da Argentina e de Estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Como não há oferta de trigo produzido em Mato Grosso, a solução é trazer o trigo do mercado externo. Além do preço elevado, há a demora para receber o trigo importado.

“Hoje, demoramos em torno de 45 dias para receber o trigo depois de comprado. Tem de vir de longe. Sendo de Mato Grosso, facilitaria muito pra gente. A logística é muito mais fácil e talvez muito mais barata”, diz Otto Correira, gerente regional do moinho.

O trigo irrigado também está sendo testado em Lucas do Rio Verde. Em outros municípios do centro-norte de Mato Grosso, os pesquisadores experimentão o trigo de sequeiro.

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