30/09/2013 08h46 - Atualizado em 30/09/2013 09h35

Banco Central vê inflação perto de 6% em todo o governo Dilma

BC prevê menos inflação para este ano e crescimento maior em 2014.
Expectativa para o IPCA em 2013 e 2014 é de 5,8% e de 5,7%, diz BC.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

A inflação deverá ficar próxima de 6% em todos os anos do mandato da presidente Dilma Rousseff, segundo estimativas divulgadas nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central, por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano.

De acordo com a autoridade monetária, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza o sistema de metas de inflação do governo federal, deverá somar 5,8% em 2013 e 5,7% em 2014. Em 2011, superou bem a barreira dos 6%, atingindo 6,5% (no teto do sistema de metas de inflação) e, no ano passado, ficou em 5,84%.

Os números do BC mostram que houve uma queda na estimativa de inflação para este ano e um crescimento na previsão para 2014 - último ano do mandato da presidente Dilma Rousseff e da atual diretoria da autoridade monetária.

Previsões do Banco Central e do mercado
Para 2013, a previsão oficial do Banco Central para o IPCA, que até junho deste ano estava em 6%, passou para 5,8% (no cenário de referência, que considera juro e câmbio estáveis) e permaneceu em 5,8% no cenário de mercado - que contempla as previsões dos analistas dos bancos para a taxa básica de juro da economia e para o valor do dólar.

Já para 2014, a estimativa do BC, que estava em 5,4% no cenário de referência, passou para 5,7%. No cenário de mercado, a estimativa para o próximo ano passou de 5,2% para 5,7%.

"O Copom considera que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação mostre resistência. Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos sobre a própria dinâmica da inflação", informou o BC.

A autoridade monetária também informou que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias, e também manteve a avaliação de que a política monetária (processo de definição dos juros) deve se manter "especialmente vigilante" para "minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária".

Sistema de metas
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Deste modo, as estimativas do BC divulgadas nesta segunda-feira mostram o IPCA longe da meta central de 4,5% estabelecida para 2013 e 2014 - a exemplo do que já aconteceu em 2011 e 2013. Apesar das metas existentes, o presidente do BC, Alexandre Tombini, tem prometido somente que a inflação deste ano ficará abaixo daquela registrada em 2012 (5,84%). Ele também quer continuidade da queda do IPCA em 2014, ano eleitoral.

Os dados mostram que o BC manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica, em 7,25% ao ano, atual patamar, entre outubro do ano passado e abril de 2013, mesmo com a deterioração do cenário de inflação registrado no primeiro trimestre deste ano – explicitado no relatório de inflação e nas atas do Copom.

Inflação acima da meta oficial
De acordo com números oficiais, a inflação ficou bem acima da meta central do governo em 10 dos 14 anos de existência das metas. E, segundo as novas previsões do BC para o IPCA, assim deve permanecer em 2013 e 2014.

De acordo com levantamento na base de dados do governo federal, a inflação ficou abaixo da meta central somente em quatro anos (2000, 2006, 2007 e 2009). Nesses anos, respectivamente, o IPCA somou 5,97% (para uma meta central de 6%), 3,14%, 4,46% e 4,31%.  Em 2006, 2007 e 2009, a meta central estabelecida pelo governo foi de 4,5%.

Ao mesmo tempo, entre 1999 e 2012 (considerando todos os anos), a inflação média do país, pelo IPCA somou 6,69%, enquanto que a meta central "média" foi de 4,60%. Ou seja, o IPCA ficou cerca de 45% acima da meta central desde a início do sistema de metas.

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