Brasil Religião

Menina apedrejada ao sair de culto de candomblé cria abaixo-assinado pela liberdade religiosa

Publicada no site Change.org, iniciativa foi ideia da própria jovem, que pede que o ministro de Direitos Humanos, Pepe Vargas, crie uma campanha nacional sobre o tema
EXT CI Rio de janeiro ( RJ ) 16/06/2015 - kayllane Coelho , menina que foi vtima de intôlerancia religiosa - foto guilherme Pinto / agência O Globo Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
EXT CI Rio de janeiro ( RJ ) 16/06/2015 - kayllane Coelho , menina que foi vtima de intôlerancia religiosa - foto guilherme Pinto / agência O Globo Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

RIO — A menina Kayllane Campos, de 11 anos, que foi atingida por uma pedrada no último domingo ao sair de uma festa de candomblé na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, decidiu levar a defesa da liberdade religiosa à internet e ao governo federal. Em um abaixo-assinado on-line publicado por ela e por sua família, a jovem pede que o ministro de  Direitos Humanos, Pepe Vargas, organize uma campanha nacional sobre o tema.

A iniciativa foi ao ar na plataforma Change.org nesta sexta-feira , e, até as 16h, já havia reunido mais de 1.900 assinaturas de apoio.

"No Brasil, já temos uma lei muito importante contra a intolerância religiosa, que tem as mesmas medidas contra o racismo. Mas a grande maioria das pessoas não conhecem. O país já teve muitas campanhas contra o racismo, contra a homofobia e contra a violência contra a mulher. Isso é ótimo! Chegou a hora de termos também uma campanha contra a intolerância religiosa", escreveu Kayllane na página da campanha, ressaltando que ela não quer que mais ninguém passe pela violência que ela sofreu.

— A ideia da campanha foi da própria Kayllane. Ela entrou em contato com a gente por meio do Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos, da Superintendência de Direitos Difusos do governo estadual do Rio de Janeiro, decidida a realizar um abaixo-assinado para alcançar um posicionamento da Secretaria de Direitos Humanos — conta Pedro Prata, diretor de comunicação do site Change.org. — O abaixo-assinado não tem uma meta de assinaturas. Ele vai continuar no ar enquanto não tivermos sucesso na realização de uma campanha nacional.

Para a campanha, Kayllane ainda participou de um vídeo em que pede o apoio de internautas para o abaixo-assinado, e que o compartilhem nas redes sociais. À medida que mais pessoas assinam o abaixo-assinado, novas mensagens são enviadas pela plataforma à Secretaria de Direitos Humanos. Campanha Candomblé

Na manhã da última quarta-feira, a jovem voltou a sofrer com a intolerância religiosa: a caminho do Instituto Médico Legal (IML) para prestar exame de corpo de delito, a garota, acompanhada da avó, ouviu novos insultos e gritos de “vai queimar no inferno” e “macumbeira” de um homem que passava pelo local.