Economia

Funcionários de redes de fast food entram em greve nos EUA

Empregados de restaurantes como McDonald’s e Burger King protestam por aumento de salário

Manifestante segura placa em protesto por melhor salário: ‘Não podemos sobreviver com US$ 7,25’
Foto: CARLO ALLEGRI / REUTERS
Manifestante segura placa em protesto por melhor salário: ‘Não podemos sobreviver com US$ 7,25’ Foto: CARLO ALLEGRI / REUTERS

NOVA YORK - Funcionários de redes de fast food nos EUA entraram em greve nesta quinta-feira, para protestar por melhores salários. Segundo organizadores ouvidos por agências e sites internacionais, as manifestações atingem pelo menos 60 cidades, como Nova York, Chicago, Detroit e Seattle, e mobiliza trabalhadores de restaurantes como McDonald’s, Burger King e Wendy’s.

É o mais recente episódio de uma luta por melhores salários da categoria, que já dura cerca de um ano. A principal exigência dos trabalhadores é o aumento do salário mínimo — que está em US$ 7,25 por hora desde 2009 — para US$ 15 por hora.

— Você tenta se levantar e só cai ainda mais. Todos nós estamos na mesma crise financeira. Nós estamos tentando cuidar de nossas famílias e de nosso sustento — disse Shantel Walker, de 31 anos, que ganha salário mínimo em uma pizzaria em Nova York, em entrevista ao site da CNBC.

Casos como o de Walker ilustram uma mudança de paradigma: cada vez mais as vagas em redes de fast food são ocupadas por adultos, e não por adolescentes. Segundo a reportagem da CNBC, dados do Escritório de Estatísticas de Emprego dos EUA mostram que apenas 16% dos postos de trabalho no setor são ocupados por adolescentes. Há uma década, esse percentual era de 25%. Ainda de acordo com a estimativa, mais de 42% dos empregados em restaurantes desse tipo têm mais de 25 anos e ensino superior.

Em nota, o McDonald’s respondeu que a história da rede é marcada por histórias de sucesso:

“Nossa história é cheia de indivíduos que tiveram o primeiro emprego no McDonald's e prosseguiram em carreiras de sucesso, dentro e fora do McDonald's”.

O Instituto de Políticas de Emprego (EPI, na sigla em inglês) também critica a greve, afirmando que o efeito pode ser inverso ao desejado, com um aumento de demissões, caso os salários comecem a subir.

— Você pode aumentar os preços e perder clientes ou então automatizar esses postos de trabalho. A ideia de que restaurantes estão nadando em dinheiro não representa a situação das franquias — afirmou o diretor de pesquisas do EPI, Michael Saltsman.