10/11/2013 08h00 - Atualizado em 10/11/2013 08h00

Lagarta helicoverpa atrapalha produção de soja no MT e na BA

Produtores de soja da região começam os trabalhos de combate à praga.
Ministério da Agricultura aprovou plano emergencial de manejo da lagarta.

Do Globo Rural

Na fazenda do produtor Paulo Schmidt, no município de Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, dos 8.500 hectares de área, 4.700 serão cultivados com soja. Só que essa produção tem tido um custo maior por causa de uma lagarta, a helicoverpa.

Para ter um melhor controle da praga, o agricultor começou a fazer o manejo integrado na propriedade. Um dos instrumentos para isso é a captura das  mariposas. O trabalho é feito com uma armadilha. As mariposas são atraídas pela luz, entram na armadilha e ficam presas em uma rede.

Na segunda-feira (4), o Ministério da Agricultura decretou estado de emergência fitossanitária no oeste da Bahia. Isso permite a adoção de medidas de combate à helicoverpa, inclusive com a aplicação do inseticida benzoato de emamectina que ainda não tem registro no Brasil.

O inseticida foi comprado pelos agricultores da Bahia, numa importação de emergência autorizada pelo Ministério da Agricultura. Em um galpão em Luís Eduardo Magalhães, estão armazenadas 44 toneladas que vieram da China em maio de 2013. Mas nada pode sair do galpão. O carregamento do inseticida foi embargado por uma decisão da justiça estadual com base numa ação movida pelo Ministério Público da Bahia.

Mato Grosso

Em uma lavoura de soja em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso, há lagartas com tamanhos diferentes, folhas destruídas e muita preocupação. O agricultor Alexandre Schenkel plantou 300 hectares de soja. As plantas germinaram há pouco mais de 20 dias e já receberam três aplicações de inseticidas para o controle da lagarta.

Plantas danificadas também em outra fazenda, onde foram plantados oito mil hectares de soja. Tranquilidade apenas na área cultivada com a soja transgênica que mata a lagarta logo no primeiro estágio.

Durante o período de entressafra, uma comitiva com técnicos da Aprosoja e do Ministério da Agricultura confirmou a presença da lagarta helicoverpa armígera em 25 municípios de Mato Grosso. Agora, ainda na fase inicial das lavouras de soja, a praga já foi encontrada em pelo menos 40 municípios.

O coordenador da área de defesa vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, o agrônomo Wanderlei Guerra, é um dos especialistas que estão percorrendo as lavouras. Surpreende a quantidade de ovos depositados nas folhas de soja e principalmente nos pés de milho, que já deveriam ter sido eliminados. "Eu nunca vi uma infestação como essa", diz o agrônomo.

Plano de manejo

O Ministério da Agricultura aprovou o plano de manejo para controle da praga. De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial de quinta-feira (7), as regiões declaradas em estado de emergência pelo Ministério da Agricultura terão de adotar  medidas estabelecidas pela Embrapa, como:

- uso de cultivares que ajudem a eliminar pragas

- vazio sanitário para deixar a terra sem cultivo com períodos livres de hospedeiros

- uso de armadilhas, iscas ou outros métodos de controle físico

- utilização de controles biológicos e químicos

O manejo integrado prevê uma lista de agrotóxicos já autorizados no Brasil e também outros ainda sem registro por aqui, caso do benzoato de emamectina, liberado esta semana pelo Ministério da Agricultura.

No entanto, a Embrapa afirma que não realizou testes com o benzoato no Brasil. O secretário substituto de defesa agropecuária, Ricardo Cavalcanti, está acompanhando todo o processo. Para importar produtos sem registro no Brasil é preciso que o Ministério da Agricultura declare estado de emergência fitossanitária na região. Até o momento, só o oeste da Bahia teve a emergência declarada. Confira a entrevista completa com o secretário no vídeo ao lado.

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