02/10/2013 11h11 - Atualizado em 02/10/2013 18h40

Ministro diz não ver problema em fusão da Oi com Portugal Telecom

Ministro diz que maior parte do capital da empresa fica com brasileiros.
Entendimento prevê aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira (2) que, a princípio, não vê problemas na fusão entre a brasileira Oi e portuguesa Portugal Telecom, anunciada mais cedo.

Bernardo, que adotou um tom de cautela ao tratar do assunto, apontou que a fusão não deve alterar a atual fatia de mercado da Oi no setor de telecomunicações do Brasil e, por isso, a operação não deve enfrentar resistência dos órgãos de defesa da concorrência.

“Eu não vejo grandes problemas [para que os órgãos de defesa da concorrência no Brasil aprovem a fusão], eu acho que a empresa vai continuar do mesmo tamanho. Mas é melhor a gente dar uma olhada primeiro”, disse o ministro, depois de participar de audiência pública no Senado.

"Até onde eu vi, vai ser uma empresa bi-nacional, com atuação no Brasil, Portugal e África, com 100 milhões de usuários e sede no Brasil. Vamos examinar o que eles estão propondo", completou.

Ele também negou qualquer tipo de constrangimento para o governo brasileiro na fusão entre Oi e PT – o governo federal, durante mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incentivou a união entre Oi e Brasil Telecom sob o argumento de criar uma “supertele” nacional.

De acordo com Bernardo, a maior parte do capital da empresa vai continuar na mão de investidores brasileiros, entre eles o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“A maioria do capital vai ser brasileiro. Se você somar o BNDES, os fundos de pensão, mais os investidores privados brasileiros, eles tem maioria do capital”, disse o ministro.

Segundo Bernardo, o BNDES e os fundos foram consultados pela Oi e a PT se tinham interesse em aumentar suas participações na empresa, mas recusaram a oferta.

Memorando de entendimento
A Oi e a Portugal Telecom assinaram um memorando de entendimentos para uma futura fusão que deverá criar uma empresa chamada CorpCo e prevê um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira, sendo a parcela em dinheiro no montante mínimo de R$ 7 bilhões.

Segundo as empresas, a fusão irá criar uma operadora multinacional com operações envolvendo uma população de 260 milhões de pessoas e mais de 100 milhões de clientes.

O comunicado divulgado ao mercado nesta quarta-feira (2) destaca como um dos objetivos da operação a formação de uma única companhia multinacional do setor de telecomunicações, de grande porte, com sede no Brasil.

O acordo acontece pouco tempo depois de a Oi ter feito grande corte em sua política de dividendos, pressionada por uma dívida líquida de quase R$ 30 bilhões e necessidade de acelerar investimentos no país, destaca a agência Reuters.

Zeinal Bava, que foi CEO da Portugal Telecom de 2008 a 2013 e que assumiu o cargo de diretor-presidente da Oi em junho, será o CEO da CorpCo e suas subsidiárias.

A união deve criar sinergias operacionais e financeiras de cerca de R$ 5,5 bilhões. "A combinação dos grupos pretende alcançar significativas economias de escala, maximizar sinergias operacionais e criar valor para seus acionistas, clientes e empregados", diz o comunicado.

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