02/10/2013 12h41 - Atualizado em 02/10/2013 13h01

Quase US$ 700 milhões entraram no país na última semana, diz BC

Dados do BC sobre o fluxo de dólares foram divulgados nesta quarta-feira.
Na parcial do ano, Brasil registrou, porém, saída de US$ 335 milhões.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Setembro pode ser quarto mês seguido de saída de recursos do país

O Banco Central informou nesta quarta-feira (2) que o ingresso de recursos na economia brasileira superou a retirada de divisas em cerca de US$ 680 milhões na semana passada.

Mesmo assim, ainda houve retirada de dólares do país na parcial de setembro, até a última sexta-feira (27). Neste período, US$ 2,57 bilhões saíram do Brasil. Se confirmada a retirada em todo mês de setembro, será o quarto mês seguido de evasão de recursos do país.

Em agosto, US$ 5,85 bilhões foram retirados do Brasil – o maior valor deste ano. Em junho, US$ 2,6 bilhões também já tinham saído do país e, em julho, outros US$ 1,44 bilhão foram retirados da economia brasileira. Desde junho, portanto, US$ 12,4 bilhões foram para o exterior.

Parcial do ano
A entrada de recursos da última semana também não foi suficiente para reverter o resultado negativo na parcial do ano. Em 2013, até 27 de setembro, US$ 335 milhões deixaram a economia brasileira. Em igual período do ano passado, foi registrado um ingresso de mais de US$ 22,4 bilhões no país.

Se confirmado o saldo negativo de dólares para todo este ano, será o primeiro desde 2008 (quando o valor ficou negativo em US$ 983 milhões), no auge da crise financeira internacional que abalou os mercados e minou a confiança de investidores.

Impacto na cotação do dólar
A saída de recursos no país, que vem sendo registrada na parcial de setembro setembro, favorece, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tende a ficar maior. No fechamento de agosto, estava cotado a R$ 2,38, com alta de 4,5% no mês. No fim de setembro, porém, o dólar estava em R$ 2,21.

A queda recente do dólar em setembro, segundo analistas, tem relação com a sinalização de que o Federal Reserve (BC norte-americano) pode demorar mais alguns meses para retirar estímulos monetários nos Estados Unidos, e, também, com o programa do BC brasileiro.

No fim de agosto, a autoridade monetária informou que que faria intervenções diárias no mercado câmbio nacional, pelo menos, até o fim deste ano – quer seja por meio de "swaps cambiais" – instrumentos que funcionam como venda de divisas no mercado futuro –  ou pela venda de dólares com compromisso de recompra no mercado à vista.

Ao todo, o novo programa de oferta de "swaps cambiais" ao mercado envolverá cerca de US$ 37 bilhões entre o fim de agosto e o fechamento de 2013, ao mesmo tempo em que a oferta de linhas no mercado à vista, com compromisso de recompra, totalizará cerca de US$ 20 bilhões. Deste modo, o pacote total do BC envolve mais de US$ 55 bilhões neste ano.

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