A estiagem está provocando a dificuldade de abastecimento de água em propriedades do Ceará. A falta de chuva causou redução do nível de água dos reservatórios do Estado.
O agricultor Antonio da Silva, que há 35 anos mora no município de Quixeramobim, a 220 quilômetros de Fortaleza, nunca passou por uma época tão seca. Ele plantou milho e feijão, mas lamenta a safra que foi praticamente toda perdida.
No Ceará, 176 dos 184 municípios do Estado já decretaram situação de emergência. O alívio das dez famílias do assentamento do distrito de Poço Cercado, em Quixeramobim, vem com as cisternas que armazenam água dos carros-pipa.
Esse é quase um tesouro para a família da dona de casa Lucileuda Alves, que teme um período de chuva irregular no início de 2014. “Se não tiver inverno, vai ser muito difícil. Não tem como a gente ficar porque não tem água e sem água ninguém vive”, diz.
De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, os reservatórios do Estado não armazenaram nem 40% da capacidade. Em 2013, os açudes têm registrado os piores níveis de armazenamento da história do Ceará.
O maior reservatório da cidade de Quixeramobim, que tem abastecido também dois municípios vizinhos, está apenas com 23% da capacidade total. Os agricultores dizem que em muitos locais a água disponível para os animais deve acabar em duas semanas.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, este ano, choveu a metade do previsto para o período.