03/10/2013 17h03 - Atualizado em 03/10/2013 18h14

Dólar fecha em alta, após Moody's reduzir perspectiva do Brasil

Moeda americana subiu 0,41%, a R$ 2,2029 na venda.
Alguns investidores saíram do país após redução da perspectiva da nota.

Do G1, em São Paulo

O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quinta-feira (3) com alguns investidores estrangeiros saindo do país após a agência de classificação de risco Moody's reduzir a perspectiva do rating soberano brasileiro.

A moeda americana subiu0,41%, a R$ 2,2029 na venda. Veja cotação

Segundo dados da BM&F, o

giro financeiro ficou em torno de US$ 1,05 bilhão. Na semana, o dólar tem queda de 2,42% e no mês, de 0,60%. No ano, a moeda tem valorização de 7,74%.

A Moody's colocou a classificação de risco do Brasil em perspectiva "estável", de "positiva", citando a deterioração da relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB), o nível dos investimentos e o fraco crescimento. Apesar disso, a agência reafirmou o crédito a "Baa2", considerado grau de investimento.

"Embora todos esperassem a decisão da Moody's, quando ela ocorre isso traz uma pressão adicional e só reforça o cenário que as coisas estão complicadas para a nossa economia", afirmou o gerente de tesouraria do banco Daycoval, Gustavo Godoy, lembrando que a decisão pode levar alguns fundos globais de investimento a reduzir as posições em ativos brasileiros.

Um operador de banco estrangeiro afirmou que recebeu orientações de alguns fundos para diminuir a exposição em alguns ativos brasileiros, sem citar quais. "A redução da exposição não é grande, mas tem efeito no câmbio porque se trata de fluxo", disse o operador.

Leilões do BC
Ele disse que o efeito só não foi mais forte no mercado por conta do ambiente de intervenção diária do Banco Central. Nesta quinta-feira, o BC já vendeu 10 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 3 de fevereiro de 2014.

O BC anunciou ainda para sexta-feira leilão de venda de dólares com compromisso de recompra. A oferta será de até US$ 1 bilhão, distribuídos entre duas etapas: entre as 11h15 e 11h20, os contratos terão data de recompra em 3 de dezembro de 2013; entre 11h30 e 11h35, a data de recompra será de 2 de julho de 2014.

O movimento de alta do dólar ante o real nesta sessão também era visto como uma correção do movimento visto no dia anterior, quando a divisa norte-americana despencou, ficando abaixo de R$ 2,20, na menor cotação em pouco mais de três meses. "O dólar testou esse patamar de R$ 2,20 na última sessão, mas a tendência é que continue por aí, mesmo", disse o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira.

O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, afirmou no chat Trading Brazil da Thomson Reuters que o mercado de câmbio deve ser guiado no curto prazo pelos desdobramentos no mercado externo. "No curto prazo, há um viés de queda do dólar, mas esperamos R$ 2,25 ao final de 2013 e R$ 2,45 ao final de 2014, porque os juros nos EUA continuaram a subir com a força da economia e porque aqui nossos fundamentos externos exigem um cambio mais depreciado", disse Kawall, que foi secretário do Tesouro no governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

A paralisação do governo norte-americano e alguns dados mais fracos da maior economia do mundo alimentaram apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode manter seu programa de estímulo por mais tempo, deixando a liquidez nos mercados internacionais elevada.

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